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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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COMBUSTÍVEIS

Ministra de Minas e Energia havia dito anteontem que preço do produto "provavelmente" cairia nesta semana

Palocci "desautoriza" Dilma; gasolina não cai

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) desautorizaou ontem, publicamente, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, ao declarar que não havia previsão de redução dos preços dos combustíveis nesta semana. Segundo ele, uma decisão será tomada quando houver uma queda maior do preço do petróleo no mercado internacional.
"Não havia previsão de redução. O que a ministra deve ter informado a vocês [jornalistas] é que havia um diálogo nesse sentido entre a Fazenda, a Petrobras e o ministério. E isso continua havendo", afirmou o ministro.
Anteontem, a ministra Dilma disse que "muito provavelmente" haveria uma redução nos preços dos combustíveis até o final desta semana. "Não é que [o governo] não reduzirá. O preço dos combustíveis depende do preço do petróleo e da variação cambial. Então, há hora que tem um momento mais favorável ou menos favorável", destacou Palocci.
Ele acrescentou que o governo avaliará a situação dos preços externos na próxima semana e que, se for o caso, poderá tomar uma decisão. "No momento em que houver uma situação mais consolidada, mais estável de preços, tomaremos uma decisão."
Palocci ressaltou que nos últimos dois dias os preços do petróleo subiram 4% no mercado internacional.
Ontem, o Ministério de Minas e Energia informou que o recuo do governo na redução dos preços ainda nesta semana foi resultado de uma avaliação dos impactos que a greve geral na Nigéria teria no Brasil. O país africano é o maior exportador de petróleo para consumo brasileiro. A greve completou ontem três dias.

Nigéria
Palocci, no entanto, relativizou a importância da greve na Nigéria como fator para uma decisão sobre a queda de preços dos combustíveis no mercado interno. "Não se trata do peso da Nigéria. Pois seria preciso colocar a Nigéria em termos mundiais. E isso é muito difícil saber", avaliou. Para ele, há no momento um aumento geral de preços.
Na terça-feira à noite, Palocci esteve reunido com a ministra de Minas e Energia e representantes da Petrobras para discutir o preço dos combustíveis.
Questionado se o governo teria voltado atrás depois dessa reunião, ele respondeu: "Conversamos. Esses preços não são decididos pelo Ministério da Fazenda. Há um acompanhamento pelos ministérios de Minas e Energia e Fazenda, mas a decisão é tomada a partir de indicadores".
Segundo a Folha apurou, Palocci é favorável à queda, mas foi convencido pelos técnicos da estatal de que era preciso aguardar um pouco mais para promover a redução no preço da gasolina.
O ministro ainda afirmou que não adianta "decretar" uma redução no preço do gás de cozinha. Disse que o governo está preparando uma nova política para o preço do GLP.


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