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COMBUSTÍVEIS
Ministra de Minas e Energia havia dito anteontem que preço do produto "provavelmente" cairia nesta semana
Palocci "desautoriza" Dilma; gasolina não cai
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) desautorizaou ontem, publicamente, a ministra de
Minas e Energia, Dilma Rousseff,
ao declarar que não havia previsão de redução dos preços dos
combustíveis nesta semana. Segundo ele, uma decisão será tomada quando houver uma queda
maior do preço do petróleo no
mercado internacional.
"Não havia previsão de redução. O que a ministra deve ter informado a vocês [jornalistas] é
que havia um diálogo nesse sentido entre a Fazenda, a Petrobras e
o ministério. E isso continua havendo", afirmou o ministro.
Anteontem, a ministra Dilma
disse que "muito provavelmente"
haveria uma redução nos preços
dos combustíveis até o final desta
semana. "Não é que [o governo]
não reduzirá. O preço dos combustíveis depende do preço do petróleo e da variação cambial. Então, há hora que tem um momento mais favorável ou menos favorável", destacou Palocci.
Ele acrescentou que o governo
avaliará a situação dos preços externos na próxima semana e que,
se for o caso, poderá tomar uma
decisão. "No momento em que
houver uma situação mais consolidada, mais estável de preços, tomaremos uma decisão."
Palocci ressaltou que nos últimos dois dias os preços do petróleo subiram 4% no mercado internacional.
Ontem, o Ministério de Minas e
Energia informou que o recuo do
governo na redução dos preços
ainda nesta semana foi resultado
de uma avaliação dos impactos
que a greve geral na Nigéria teria
no Brasil. O país africano é o
maior exportador de petróleo para consumo brasileiro. A greve
completou ontem três dias.
Nigéria
Palocci, no entanto, relativizou
a importância da greve na Nigéria
como fator para uma decisão sobre a queda de preços dos combustíveis no mercado interno.
"Não se trata do peso da Nigéria.
Pois seria preciso colocar a Nigéria em termos mundiais. E isso é
muito difícil saber", avaliou. Para
ele, há no momento um aumento
geral de preços.
Na terça-feira à noite, Palocci
esteve reunido com a ministra de
Minas e Energia e representantes
da Petrobras para discutir o preço
dos combustíveis.
Questionado se o governo teria
voltado atrás depois dessa reunião, ele respondeu: "Conversamos. Esses preços não são decididos pelo Ministério da Fazenda.
Há um acompanhamento pelos
ministérios de Minas e Energia e
Fazenda, mas a decisão é tomada
a partir de indicadores".
Segundo a Folha apurou, Palocci é favorável à queda, mas foi
convencido pelos técnicos da estatal de que era preciso aguardar
um pouco mais para promover a
redução no preço da gasolina.
O ministro ainda afirmou que
não adianta "decretar" uma redução no preço do gás de cozinha.
Disse que o governo está preparando uma nova política para o
preço do GLP.
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