São Paulo, sábado, 03 de julho de 2004

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VÔO DA ÁGUIA

Moeda fecha a R$ 3,042 e indicador do JP Morgan cai a 623 pontos após divulgação de dados americanos

Dólar e risco-país recuam ao menor nível em dois meses

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação do número de vagas de trabalho criadas nos EUA, que veio abaixo do esperado, trouxe alívio ao mercado financeiro. O risco-país brasileiro, medido pelo JP Morgan, caiu 3,56% e foi a seu menor patamar em mais de dois meses. O dólar recuou 1,04%, para R$ 3,042, menor valor desde 6 de maio.
Como os dados de emprego dos EUA mostram uma economia menos aquecida que o esperado, o Fed (banco central dos EUA) não tem motivos para alterar sua política de gradualismo em relação aos juros, avaliam analistas. Ou seja, não haveria motivo para o Fed elevar os juros de forma mais forte para conter possíveis pressões inflacionárias.
Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira, subiram 1,7%, para US$ 0,9350, seu maior valor desde o fim de abril. O risco-país fechou em 623 pontos.
Na quarta, o Fed anunciou a elevação dos juros norte-americanos de 1% para 1,25% ao ano, como era aguardado pelo mercado.
"A aposta no gradualismo do Fed ficou mais forte. Com isso, diminuiu o risco de os emergentes sofrerem nova turbulência motivada pelo temor de que os juros subissem de forma mais rápida e forte nos EUA", afirma Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management.
Para governo e empresas brasileiros, risco-país mais baixo representa custos e dificuldades menores na hora de buscar empréstimos no mercado externo.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana com valorização de 3,94%. No pregão de ontem, a Bolsa paulista subiu 1,03% e registrou forte volume financeiro negociado, de R$ 1,19 bilhão.
As ações de empresas de energia elétrica foram o destaque de ontem e lideraram as altas. Entre as maiores valorizações ficaram as ações Eletropaulo PN (7,9%) e Light ON (6%).

Dias piores
A partir de abril, diante de dados divulgados nos EUA que davam sinais de que a economia do país estava mais aquecida, os analistas passaram a acreditar em uma processo de elevação dos juros norte-americanos.
Essa expectativa teve impacto fortemente negativo nos países emergentes, pois investidores passaram a vender maciçamente títulos de países como o Brasil e migrar para papéis do Tesouro americano. Com esse cenário, o risco-país brasileiro ultrapassou os 800 pontos, e o dólar superou os R$ 3,21 em maio.
Com o cenário menos turbulento, espera-se que empresas que necessitam de financiamento procurem de forma mais intensa o mercado internacional, no qual as taxas cobradas são menores que as internas.
Ontem o banco Votorantim anunciou uma operação para emitir US$ 50 milhões em eurobônus.
De acordo com o Banco Central, o governo irá emitir US$ 4 bilhões em títulos da dívida externa neste ano. Considerando o montante que já foi captado, falta ainda US$ 1,75 bilhão em bônus para o país lançar em bônus até dezembro.


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