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VÔO DA ÁGUIA
Moeda fecha a R$ 3,042 e indicador do JP Morgan cai a 623 pontos após divulgação de dados americanos
Dólar e risco-país recuam ao menor nível em dois meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação do número de vagas de trabalho criadas nos EUA,
que veio abaixo do esperado,
trouxe alívio ao mercado financeiro. O risco-país brasileiro, medido pelo JP Morgan, caiu 3,56% e
foi a seu menor patamar em mais
de dois meses. O dólar recuou
1,04%, para R$ 3,042, menor valor
desde 6 de maio.
Como os dados de emprego dos
EUA mostram uma economia
menos aquecida que o esperado,
o Fed (banco central dos EUA)
não tem motivos para alterar sua
política de gradualismo em relação aos juros, avaliam analistas.
Ou seja, não haveria motivo para
o Fed elevar os juros de forma
mais forte para conter possíveis
pressões inflacionárias.
Os C-Bonds, títulos da dívida
brasileira, subiram 1,7%, para
US$ 0,9350, seu maior valor desde
o fim de abril. O risco-país fechou
em 623 pontos.
Na quarta, o Fed anunciou a elevação dos juros norte-americanos
de 1% para 1,25% ao ano, como
era aguardado pelo mercado.
"A aposta no gradualismo do
Fed ficou mais forte. Com isso, diminuiu o risco de os emergentes
sofrerem nova turbulência motivada pelo temor de que os juros
subissem de forma mais rápida e
forte nos EUA", afirma Hugo
Penteado, economista-chefe do
ABN Amro Asset Management.
Para governo e empresas brasileiros, risco-país mais baixo representa custos e dificuldades
menores na hora de buscar empréstimos no mercado externo.
A Bolsa de Valores de São Paulo
encerrou a semana com valorização de 3,94%. No pregão de ontem, a Bolsa paulista subiu 1,03%
e registrou forte volume financeiro negociado, de R$ 1,19 bilhão.
As ações de empresas de energia
elétrica foram o destaque de ontem e lideraram as altas. Entre as
maiores valorizações ficaram as
ações Eletropaulo PN (7,9%) e
Light ON (6%).
Dias piores
A partir de abril, diante de dados divulgados nos EUA que davam sinais de que a economia do
país estava mais aquecida, os analistas passaram a acreditar em
uma processo de elevação dos juros norte-americanos.
Essa expectativa teve impacto
fortemente negativo nos países
emergentes, pois investidores
passaram a vender maciçamente
títulos de países como o Brasil e
migrar para papéis do Tesouro
americano. Com esse cenário, o
risco-país brasileiro ultrapassou
os 800 pontos, e o dólar superou
os R$ 3,21 em maio.
Com o cenário menos turbulento, espera-se que empresas que
necessitam de financiamento
procurem de forma mais intensa
o mercado internacional, no qual
as taxas cobradas são menores
que as internas.
Ontem o banco Votorantim
anunciou uma operação para
emitir US$ 50 milhões em eurobônus.
De acordo com o Banco Central,
o governo irá emitir US$ 4 bilhões
em títulos da dívida externa neste
ano. Considerando o montante
que já foi captado, falta ainda US$
1,75 bilhão em bônus para o país
lançar em bônus até dezembro.
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