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Consultas ao BNDES crescem, mas desembolso perde ritmo
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Passado o pior da crise, as
empresas começam a desengavetar planos de investimento,
segundo o BNDES. Mas o ritmo
de liberação de financiamentos
desacelerou, o que deixa mais
longe a meta anual de R$ 140
bilhões, estipulada pelo banco.
As consultas -primeira etapa de um pedido de financiamento, tida como termômetro
da economia- cresceram 40%
entre janeiro e maio. Fecharam
em R$ 91,3 bilhões. Em maio,
os novos pedidos somaram R$
12 bilhões.
Os desembolsos - quando o
dinheiro é liberado- ficaram
estacionados em R$ 32,7 bilhões entre janeiro e maio, patamar semelhante aos cinco
meses de 2008.
O ritmo de liberação de recursos, nas áreas técnicas do
banco, caiu 24% entre abril e
maio. Os desembolsos encolheram de R$ 8 bilhões para R$
6,08 bilhões. Em relação a maio
de 2008, a queda foi de 6%.
"Não há uma razão específica
para o não crescimento, mas
mesmo sem ter crescido, esse é
um patamar excepcional", afirma Gabriel Visconti, chefe do
departamento de orçamento
do banco. Segundo ele, a crise
não é razão para a queda.
Entre a consulta e o desembolso, o BNDES tem levado de
seis meses a dois anos, nos projetos mais complexos, informou Visconti.
Apesar da desaceleração dos
desembolsos, Visconti acredita
ser "perfeitamente possível"
atingir a meta de financiamentos. "Há um esforço permanente do banco para aumentar o
ritmo de análise dos pedidos e
desembolsos", diz.
Conforme antecipou a Folha
na edição de 13 de junho, entre
os setores que demonstraram
maior apetite para buscar empréstimos está o de material de
transporte.
O segmento inclui a indústria automobilística que, motivada pela retomada dos financiamentos e da prorrogação do
IPI, voltou a planejar expansões na produção.
Outros setores que sustentaram o maior fôlego nas intenções de investir são os de química, petroquímica e indústria
extrativa - nos dois últimos
casos, ligados à cadeia produtiva do petróleo.
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