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Desemprego nos EUA e na UE afeta mercados; Bovespa cai 1%
Saída de estrangeiros da Bolsa fica em R$ 1 bi no mês
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à divulgação do aumento do desemprego nos
EUA e na Europa, as Bolsas de
Valores se depreciaram em bloco. No pregão da BM&FBovespa, houve queda de 1,01%.
Os números do desemprego
também tiveram reflexo no
câmbio, com o dólar em alta
diante das principais moedas.
Em relação ao real, o dólar registrou apreciação de 1,19%,
vendido a R$ 1,952.
O Departamento do Trabalho americano divulgou que
houve perda de 467 mil vagas
no país em junho, o que levou a
taxa de desemprego a 9,5%, o
maior nível em 26 anos. Na zona do euro, o desemprego também atingiu os 9,5%, em maio,
maior nível em dez anos.
A queda das ações em Wall
Street foi expressiva: o índice
Dow Jones (que agrupa 30 dos
papéis norte-americanos mais
negociados) caiu 2,63%; a Bolsa
eletrônica Nasdaq perdeu
2,67%. Na Europa, a Bolsa de
Londres recuou 2,45%, e a de
Frankfurt, 3,81%.
"O resultado [do desemprego] indica reversão inesperada
de uma tendência firme de atenuação do ritmo de demissões
que vinha se materializando
desde o início do ano. Trata-se
de indício de que o ritmo de recuperação da economia americana tenderá a ser mais lento e
mais hesitante relativamente à
média dos ciclos do pós-guerra", avalia a LCA Consultores.
Com um número maior de
norte-americanos desempregados e o esperado processo
mais vagaroso de recuperação
da maior economia do mundo,
as Bolsas recuaram. Quanto
mais a economia der sinais de
dificuldades para se recuperar,
piores serão as expectativas para os resultados das empresas.
Com o cenário internacional
menos animador, o mercado de
ações brasileiro perde forças
para se manter em níveis mais
elevados. O índice Ibovespa,
principal referência da Bolsa
local, operou no vermelho durante todo o pregão de ontem.
Na mínima do dia, apontou
queda de 1,82%.
Saída de estrangeiros
Ontem os estrangeiros foram
destaque nas vendas, como tem
sido nas últimas semanas.
Um dia fora da curva foi segunda-feira, quando mais de
R$ 1 bilhão líquido em capital
externo desembarcou na Bolsa.
Mas esse dinheiro foi atraído
pela estreia da VisaNet, e não
por uma mudança de rumo do
mercado. No mês, as operações
realizadas pelos estrangeiros
ficaram negativas em aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
O peso do estrangeiro na Bolsa é elevado o suficiente para
influenciar as oscilações do
pregão. A categoria responde
por 35% do movimentado, sendo a líder em negociações.
As ações ordinárias (com direito a voto) de Petrobras e Vale, muito comprados por estrangeiros, terminaram no vermelho. O papel da Petrobras
caiu 2,12%, e o da Vale, 0,80%.
Mantendo o ritmo intenso
desde que estreou em pregão,
na segunda-feira, a ação da VisaNet esteve entre as mais negociadas no dia, atrás apenas de
Petrobras. O papel da administradora de cartões encerrou cotado a R$ 18,02, em alta de
1,06%. Na semana, seu ganho
chega a 20,13%.
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