São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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Argentinos retomam depósitos em bancos

DE BUENOS AIRES

Após vários meses de apostas praticamente exclusivas no dólar, em julho os correntistas argentinos voltaram a depositar recursos nos bancos em busca de maior rentabilidade.
A falta de confiança da população nos bancos continua a mesma. O país confiscou os depósitos bancários três vezes nos últimos 15 anos.
No entanto com a relativa estabilidade da moeda norte-americana -que passou o mês de julho negociada entre 3,50 e 3,80 pesos-, os investidores deixaram da apostar no dólar para comprar títulos do Banco Central, que pagam até 129% de juros ao ano, e nos próprios depósitos a prazo fixo, cuja rentabilidade varia entre 50% e 80% ao ano. Esse tipo de operação quase não existiu entre dezembro e junho.
A mudança também foi sentida nas casas de câmbio. De acordo com donos dessas instituições, a procura por dólar caiu entre 30% e 50% em julho.
Outro sinal da menor procura pela moeda veio do Banco Central, que vendeu 23% menos em julho. Para os próximos meses, a tendência é que, caso a moeda permaneça estável, a procura pelos bancos continue em alta, já que, ontem, o BC aprovou um projeto permitindo a abertura de novas contas sem nenhuma restrição para saque. O projeto entra em vigor em 60 dias.

Justiça
A Justiça argentina atendeu ontem recurso do governo que suspende a inconstitucionalidade do decreto que adiava por 120 dias o pagamento de recursos que fugiam do "corralito" por meio de decisões judiciais.
Dessa forma, os correntistas que entraram com ações voltam a ter de esperar para sacar os recursos dos bancos. (JS)


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