São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nem crise afeta dia positivo do mercado

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da grande expectativa em torno do depoimento do ex-ministro José Dirceu à Comissão de Ética da Câmara, o mercado financeiro preferiu não especular ontem. Como não houve fatos novos (e nem bombásticos) até o encerramento dos pregões, todos os segmentos do mercado tiveram resultados positivos.
A Bovespa operou em alta durante todo o dia e encerrou o pregão com ganhos de 1,87%. O dólar recuou consideravelmente. Com queda de 1,14%, a moeda fechou vendida a R$ 2,342.
"Os fundamentos econômicos voltaram a ditar o jogo. A crise política continua, mas o mercado entende que é cada vez mais remota a possibilidade de o presidente Lula não chegar ao fim de seu mandato", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management.
Após o lucro semestral recorde registrado pelo Itaú, os investidores deram atenção às ações de bancos, fazendo com que o setor fosse destaque de ganho no pregão. A ação PN do Bradesco subiu 6,09%. A seguir vieram Unibanco PN (3,38%), Itaú PN (3,34%) e Banco do Brasil ON (3,2%).
Na próxima semana, as outras grandes instituições financeiras vão anunciar seus balanços da primeira metade do ano.
"Como os juros reais seguem elevadíssimos, e o risco de explosão da inadimplência é baixo, o cenário para o setor bancário é muito favorável", avalia Maia.
Anteontem, o Itaú divulgou que seu lucro líquido no primeiro semestre deu um salto de 35% em relação ao mesmo período de 2004. O lucro do banco chegou a R$ 2,47 bilhões -resultado semestral recorde para o setor.
Os juros futuros cederam um pouco. O contrato DI (que registra as projeções para os juros) com resgate daqui a um ano fechou o pregão da BM&F de ontem com taxa de 18,32% (18,43% na segunda-feira).
Operadores afirmaram também ser importante para o mercado o fato de o discurso de Dirceu demonstrar preocupação em proteger o presidente Lula do escândalo político. O risco-país caiu para 392 pontos (o menor nível desde março último), com retração de 2%.

Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Opinião econômica - Paulo Rabello de Castro: O novo biscoito chinês
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.