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Nem crise afeta dia positivo do mercado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da grande expectativa
em torno do depoimento do ex-ministro José Dirceu à Comissão
de Ética da Câmara, o mercado financeiro preferiu não especular
ontem. Como não houve fatos
novos (e nem bombásticos) até o
encerramento dos pregões, todos
os segmentos do mercado tiveram resultados positivos.
A Bovespa operou em alta durante todo o dia e encerrou o pregão com ganhos de 1,87%. O dólar
recuou consideravelmente. Com
queda de 1,14%, a moeda fechou
vendida a R$ 2,342.
"Os fundamentos econômicos
voltaram a ditar o jogo. A crise
política continua, mas o mercado
entende que é cada vez mais remota a possibilidade de o presidente Lula não chegar ao fim de
seu mandato", diz Alexandre
Maia, economista-chefe da Gap
Asset Management.
Após o lucro semestral recorde
registrado pelo Itaú, os investidores deram atenção às ações de
bancos, fazendo com que o setor
fosse destaque de ganho no pregão. A ação PN do Bradesco subiu
6,09%. A seguir vieram Unibanco
PN (3,38%), Itaú PN (3,34%) e
Banco do Brasil ON (3,2%).
Na próxima semana, as outras
grandes instituições financeiras
vão anunciar seus balanços da
primeira metade do ano.
"Como os juros reais seguem
elevadíssimos, e o risco de explosão da inadimplência é baixo, o
cenário para o setor bancário é
muito favorável", avalia Maia.
Anteontem, o Itaú divulgou que
seu lucro líquido no primeiro semestre deu um salto de 35% em
relação ao mesmo período de
2004. O lucro do banco chegou a
R$ 2,47 bilhões -resultado semestral recorde para o setor.
Os juros futuros cederam um
pouco. O contrato DI (que registra as projeções para os juros)
com resgate daqui a um ano fechou o pregão da BM&F de ontem com taxa de 18,32% (18,43% na segunda-feira).
Operadores afirmaram também ser importante para o mercado o fato de o discurso de Dirceu demonstrar preocupação em
proteger o presidente Lula do escândalo político. O risco-país caiu
para 392 pontos (o menor nível desde março último), com retração de 2%.
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