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Benefício a demitidos do setor calçadista é ampliado
Trabalhadores terão mais duas parcelas de seguro-desemprego
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Trabalhadores demitidos do
setor calçadista terão direito a
mais duas parcelas do seguro-desemprego. O Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de
Amparo ao Trabalhador) decidiu ontem ampliar o pagamento do benefício aos desempregados do setor na tentativa de
atenuar os efeitos do real forte
e da concorrência chinesa entre as empresas calçadistas.
Segundo dados do conselho,
entre julho de 2006 e maio deste ano, 124 mil trabalhadores
do setor perderam seus empregos. A estimativa é que 85 mil
demitidos corram atrás das
duas parcelas adicionais, o que
representará gasto extra de R$
78 milhões para o FAT.
Essa é a terceira vez que o
Codefat amplia o pagamento
do seguro para o setor calçadista. O mesmo já tinha ocorrido
no ano passado e em 2005. "Estamos estudando ainda dar algum tipo de qualificação para
essas pessoas porque a tendência é que elas não retornem para a mesma atividade de trabalho", afirmou o presidente do
Codefat, Ezequiel Nascimento.
Os principais Estados afetados, de acordo com ele, são Rio
Grande do Sul (fechamento de
47,06 mil postos), São Paulo
(perda de 39,4 mil) e Ceará (12,1
mil desempregados). As duas
parcelas adicionais valem também para quem já parou de receber o seguro, mas tenha sido
demitido entre 1º de julho de
2006 e 31 de maio deste ano.
O pagamento do seguro-desemprego varia de três a cinco
parcelas, dependendo do tempo em que o trabalhador permaneceu no emprego. O menor
valor a ser pago é um salário
mínimo (hoje, R$ 380); o maior
está em R$ 710,97.
O conselho também aprovou
a ampliação do benefício no reduto eleitoral do ministro do
Trabalho, Carlos Lupi, que
também é presidente nacional
do PDT. Trabalhadores demitidos no setor de cloro e álcalis
poderão receber mais duas parcelas. A medida beneficia quase
que exclusivamente os desempregados da Companhia Nacional de Álcalis, no Estado do Rio.
A empresa produz barrilha
(usada na fabricação de vidro) e
sal. Dos 583 trabalhadores demitidos entre dezembro do ano
passado e maio deste ano, 530
estão no Rio. Os demais ficam
em São Paulo e em Pernambuco. O custo da medida para o
FAT será de R$ 780 mil.
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