São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Benefício a demitidos do setor calçadista é ampliado

Trabalhadores terão mais duas parcelas de seguro-desemprego

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Trabalhadores demitidos do setor calçadista terão direito a mais duas parcelas do seguro-desemprego. O Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) decidiu ontem ampliar o pagamento do benefício aos desempregados do setor na tentativa de atenuar os efeitos do real forte e da concorrência chinesa entre as empresas calçadistas.
Segundo dados do conselho, entre julho de 2006 e maio deste ano, 124 mil trabalhadores do setor perderam seus empregos. A estimativa é que 85 mil demitidos corram atrás das duas parcelas adicionais, o que representará gasto extra de R$ 78 milhões para o FAT.
Essa é a terceira vez que o Codefat amplia o pagamento do seguro para o setor calçadista. O mesmo já tinha ocorrido no ano passado e em 2005. "Estamos estudando ainda dar algum tipo de qualificação para essas pessoas porque a tendência é que elas não retornem para a mesma atividade de trabalho", afirmou o presidente do Codefat, Ezequiel Nascimento.
Os principais Estados afetados, de acordo com ele, são Rio Grande do Sul (fechamento de 47,06 mil postos), São Paulo (perda de 39,4 mil) e Ceará (12,1 mil desempregados). As duas parcelas adicionais valem também para quem já parou de receber o seguro, mas tenha sido demitido entre 1º de julho de 2006 e 31 de maio deste ano.
O pagamento do seguro-desemprego varia de três a cinco parcelas, dependendo do tempo em que o trabalhador permaneceu no emprego. O menor valor a ser pago é um salário mínimo (hoje, R$ 380); o maior está em R$ 710,97.
O conselho também aprovou a ampliação do benefício no reduto eleitoral do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também é presidente nacional do PDT. Trabalhadores demitidos no setor de cloro e álcalis poderão receber mais duas parcelas. A medida beneficia quase que exclusivamente os desempregados da Companhia Nacional de Álcalis, no Estado do Rio.
A empresa produz barrilha (usada na fabricação de vidro) e sal. Dos 583 trabalhadores demitidos entre dezembro do ano passado e maio deste ano, 530 estão no Rio. Os demais ficam em São Paulo e em Pernambuco. O custo da medida para o FAT será de R$ 780 mil.


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