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FINANÇAS
Saques e alta do dólar levam US$ 24,8 bi da América Latina, em julho
Fundos latinos voltam ao nível de 98
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A onda de resgates nos fundos
de investimento, que teve seu pico
em julho no Brasil, atingiu também os principais países da América Latina naquele mês, reduzindo em US$ 6,8 bilhões o patrimônio dessas aplicações.
Se for considerada ainda a desvalorização cambial no período, o
patrimônio dos fundos da região
encolheu US$ 24,78 bilhões em
relação ao mês anterior, recuando
para nível próximo ao de 1998, segundo estudo da Thomson Invest
Tracker.
O Brasil, dono da maior carteira
de fundos, representando 70,73%
do total de recursos aplicados no
continente, foi o país que registrou a maior saída líquida de recursos. Em julho, a captação líquida (aplicações menos resgates)
nos fundos brasileiros foi negativa em U$$ 6,24 bilhões.
É muito dinheiro, mas, se comparado ao volume total aplicado
nos fundos, o Brasil foi o país que
teve a menor perda em relação ao
patrimônio - 6,4% naquele mês.
Com exceção do México, que teve
captação líquida positiva, os demais países sofreram perdas proporcionalmente maiores (não há
dados sobre o Uruguai).
Segundo Henrique Garcia Spinosa Netto, vice-presidente da
Thomson Financial Brasil, a marcação a mercado, o risco eleitoral
e a desvalorização do real foram
responsáveis pela perda de patrimônio dos fundos brasileiros.
"Assim, o Brasil viu reduzida sua
participação no setor em cinco
pontos percentuais", diz ele.
Captação no ano
No ano, o Brasil é o segundo em
perdas. A captação líquida dos
fundos nos sete primeiros meses
do ano foi negativa em US$ 16,6
bilhões, uma queda de 10% no patrimônio líquido dessas aplicações. Só a Argentina teve desempenho pior no ano, registrando
perda de 44,95% do patrimônio
dos fundos. Os demais países acumulam captação positiva no ano.
México
O México, único país da América Latina onde os fundos de investimento tiveram captação positiva em julho, deve seu bom desempenho aos fundos de renda variável que atraíram US$ 468,9 milhões. Os novos depósitos tiraram
o país de dois meses consecutivos
de captação negativa.
Nos países andinos os resgates
também superaram as aplicações
em julho. O Chile teve perda de
6,7% do patrimônio dos seus fundos, resultado motivado, principalmente, pelos resgates em fundos de renda fixa de curto prazo.
O Peru sofreu com a alta da taxa
de juros interbancária em moeda
estrangeira e o aumento do risco-país. Esses fatores levaram os investidores a sacar US$ 115,26 milhões dos fundos.
No Uruguai o patrimônio total
administrado pelos fundos recuou 19,3% em julho e no acumulado do ano já caiu mais de 75%. Segundo a Thomson Invest Tracker, a forte desvalorização do peso frente ao dólar no mês, de 21,1%, e a perda de confiança dos
investidores no sistema financeiro afetaram os ativos dos fundos.
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