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CRIME
Bradesco foi alvo de e-mail falso
Ex-dono do Mappin é condenado pelo TRF
DA REPORTAGEM LOCAL
Ricardo Mansur, ex-dono das
lojas Mappin e Mesbla, foi condenado em segunda instância sob
acusação de crime contra o sistema financeiro nacional por ter
distribuído pela internet, em
2000, informações falsas a respeito da saúde financeira do Bradesco, ao qual devia R$ 190 milhões.
A decisão foi tomada anteontem, por unanimidade, pelos três
integrantes da 5ª Turma do TRF
(Tribunal Regional Federal) em
São Paulo. Ela modifica sentença
do juiz Ali Mazloum, da Justiça
Federal em São Paulo, que absolveu Mansur em 2001 por considerar que as provas contra ele foram
obtidas de forma ilegal.
O TRF condenou Mansur a três
anos de reclusão em regime aberto. Como a prisão é inferior a quatro anos, o tribunal a converteu
em duas penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária de
R$ 86,4 mil. Além de pagamento
de multa de R$ 116,4 mil.
O advogado de Mansur, Paulo
José da Costa Júnior, classificou a
decisão de "absurda" e disse que
vai recorrer ao Supremo Tribunal
Federal. "Provas ilícitas não podem servir de sustentáculo de nenhuma condenação", afirmou.
Segundo ele, durante o inquérito
policial foram usadas informações falsas para justificar a quebra
do sigilo de dados de Mansur.
Os responsáveis pela investigação disseram que se tratava de crime de preconceito racial, levando
o provedor de internet Hotmail a
fornecer a senha do usuário e o
acesso à sua caixa postal.
Luís Francisco Carvalho Filho,
advogado do Bradesco, afirmou
que a condenação foi baseada na
Lei do Colarinho Branco, segundo a qual constitui crime divulgar
"informação falsa ou prejudicialmente incompleta" a respeito de
instituição financeira. O banco
atuou como assistente do Ministério Público Federal, que apresentou a denúncia.
Durante a investigação, Mansur
ficou preso por 50 dias.
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