São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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FINANCIAMENTOS

Presidente do banco estatal diz que análise de projetos é complexa

BNDES não é padaria, afirma Lessa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do BNDES, Carlos Lessa, negou ontem ter divergências com o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Anteontem, Furlan havia criticado a demora do banco estatal em aprovar os projetos apresentados pelos empresários.
Para Lessa, não há atritos entre os dois, e sim "maledicências" por parte da imprensa. Mesmo negando as divergências, o presidente do BNDES voltou a defender os métodos adotados pelo banco na sua análise de crédito.
"A análise de um projeto de investimento não é uma compra de pão na padaria", disse, após participar de reunião convocada pelo presidente Lula com os presidentes dos principais bancos federais.
De acordo com Lessa, o tempo gasto na análise dos pedidos de empréstimo reflete a complexidade dos projetos apresentados pelo setor privado.
"Isso envolve complexas questões técnicas, com toda uma engenharia financeira. A equipe do banco examina os projetos em todos esses detalhes. Quando há algum problema, o projeto fica paralisado. Não operamos como uma padaria."
Anteontem, Furlan havia dito que um prazo de "seis meses ou um ano para análise de projeto e aprovação é um pouco exagerado". Ontem, Lessa afirmou que o tempo gasto é o necessário para a análise correta dos pedidos. "A pressa é inimiga da perfeição."
Para Lessa, não houve divergências entre ele e o ministro, e sim um debate natural que acontece com pessoas que trabalham juntas. "Ele fala no estilo dele, eu falo no meu estilo. São vocês [jornalistas] que sempre querem explorar alguma maledicência."
Divergências entre Lessa e Furlan já aconteceram outras vezes. No ano passado, Furlan ficou irritado porque ficou sabendo, por intermédio da imprensa, da decisão do BNDES de adquirir ações da Vale do Rio Doce. Na época, ele disse que aquela decisão deveria ter sido aprovada pelo conselho, presidido por Furlan.
Lessa, na ocasião, disse que respondia ao presidente Lula. A declaração gerou atrito, já que o BNDES responde ao Ministério do Desenvolvimento.


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