|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARRIL DE PÓLVORA
Diretor-gerente do FMI também teme déficit fiscal dos EUA
Rato alerta sobre impacto do
petróleo na economia global
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO
O FMI demostrou preocupação
com a escalada no preço do barril
de petróleo. Rodrigo Rato, diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional, fez um alerta ontem sobre o risco que representa a
alta do petróleo para o crescimento da economia mundial e para
seus efeitos sobre a inflação.
"O Fundo está atento aos reflexos negativos no crescimento e na
inflação decorrentes da escalada
do petróleo", afirmou Rato, durante a reunião de ministros das
Finanças dos países da Apec. O
evento, que termina hoje, é sediado no Chile.
A Apec (sigla em inglês para
Cooperação Econômica da Ásia e
do Pacífico) reúne 21 países, entre
eles EUA, Japão, China e Chile.
Segundo Rato, o FMI irá apresentar seus números -referentes
ao crescimento da economia
mundial- revistos na reunião de
outono da entidade, que ocorrerá
em algumas semanas. A última
previsão do Fundo, apresentada
em abril, é que a economia mundial cresça 4,6% neste ano.
Para Rato, algo que não deveria
ser desprezado pelos EUA neste
momento é o problema de seu déficit fiscal. "O tema deveria ser
uma das prioridades das autoridades econômicas dos EUA."
A Folha enviou perguntas, durante a breve conferência de imprensa dada ontem por Rato, sobre o apoio do Fundo a um eventual novo acordo com o Brasil e se
haverá alívio contábil para projetos em infra-estrutura, bem como
sobre as novidades nas negociações da dívida externa argentina.
Mas Rato se limitou a falar sobre
questões referentes aos países da
Apec ou que tratam da economia
mundial como um todo.
O presidente do Chile, Ricardo
Lagos, aproveitou o evento para
defender o livre comércio entre os
21 países da Apec. Lagos afirmou
desejar que até 2010 a proposta tenha se concretizado.
Sobre essa proposta, Rato afirmou que é positiva, "mas que
sempre terão de ser levados em
consideração os acordos globais".
O Peru, outro país latino que
compõe a Apec, foi elogiado pelo
diretor-gerente do Fundo. Rato
disse que o Peru fez um esforço
macroeconômico muito grande
nos últimos anos, que tem dado
resultados positivos.
Hoje Rato estará em Brasília,
onde se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Manifestação
A policia reprimiu com jatos
d'água uma manifestação que
aconteceu ontem no centro de
Santiago contra a reunião da Apec
e a passagem do FMI pelo país.
Cerca de 20 pessoas foram detidas pela polícia. Não foram registrados feridos nem houve confrontos entre policiais e manifestantes.
Texto Anterior: Argentina melhora oferta aos credores Próximo Texto: Cotações voltam a subir em NY e em Londres Índice
|