São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Diretor-gerente do FMI também teme déficit fiscal dos EUA

Rato alerta sobre impacto do petróleo na economia global

FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

O FMI demostrou preocupação com a escalada no preço do barril de petróleo. Rodrigo Rato, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, fez um alerta ontem sobre o risco que representa a alta do petróleo para o crescimento da economia mundial e para seus efeitos sobre a inflação.
"O Fundo está atento aos reflexos negativos no crescimento e na inflação decorrentes da escalada do petróleo", afirmou Rato, durante a reunião de ministros das Finanças dos países da Apec. O evento, que termina hoje, é sediado no Chile.
A Apec (sigla em inglês para Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) reúne 21 países, entre eles EUA, Japão, China e Chile.
Segundo Rato, o FMI irá apresentar seus números -referentes ao crescimento da economia mundial- revistos na reunião de outono da entidade, que ocorrerá em algumas semanas. A última previsão do Fundo, apresentada em abril, é que a economia mundial cresça 4,6% neste ano.
Para Rato, algo que não deveria ser desprezado pelos EUA neste momento é o problema de seu déficit fiscal. "O tema deveria ser uma das prioridades das autoridades econômicas dos EUA."
A Folha enviou perguntas, durante a breve conferência de imprensa dada ontem por Rato, sobre o apoio do Fundo a um eventual novo acordo com o Brasil e se haverá alívio contábil para projetos em infra-estrutura, bem como sobre as novidades nas negociações da dívida externa argentina. Mas Rato se limitou a falar sobre questões referentes aos países da Apec ou que tratam da economia mundial como um todo.
O presidente do Chile, Ricardo Lagos, aproveitou o evento para defender o livre comércio entre os 21 países da Apec. Lagos afirmou desejar que até 2010 a proposta tenha se concretizado.
Sobre essa proposta, Rato afirmou que é positiva, "mas que sempre terão de ser levados em consideração os acordos globais".
O Peru, outro país latino que compõe a Apec, foi elogiado pelo diretor-gerente do Fundo. Rato disse que o Peru fez um esforço macroeconômico muito grande nos últimos anos, que tem dado resultados positivos.
Hoje Rato estará em Brasília, onde se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Manifestação
A policia reprimiu com jatos d'água uma manifestação que aconteceu ontem no centro de Santiago contra a reunião da Apec e a passagem do FMI pelo país.
Cerca de 20 pessoas foram detidas pela polícia. Não foram registrados feridos nem houve confrontos entre policiais e manifestantes.


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