São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Telemar acelera pulverização do capital

A Telemar dará um passo importante nesta semana em direção à reestruturação societária do grupo para a pulverização de seu capital. Serão anunciados, provavelmente na terça, os nomes propostos para compor o conselho de administração da Oi Participações, a nova holding a ser criada com a reestruturação e que será listada no Novo Mercado da Bovespa.
O novo conselho será o primeiro passo para analisar o grau de independência da nova empresa em relação aos atuais controladores. Hoje, o acordo de acionistas garante o controle da empresa a três sócios, Andrade Gutierrez, La Fonte e GP Participações. No novo conselho, com 11 membros, serão necessários seis votos para deter o controle da companhia. O acordo de acionistas será revogado.
Também deverá ser definido pela CVM, nos próximos dias, a forma da assembléia geral extraordinária, prevista para o final de outubro, que votará a proposta de reestruturação societária da Telemar. A CVM já definiu que só os detentores de ação preferencial terão direito a voto, mas ainda não definiu o quórum mínimo da votação.
A tendência que sejam considerados válidos todos os votos dos preferencialistas, inclusive dos controladores. Em relação ao quórum, a tendência é que, na primeira e segunda convocações, prevaleça o critério de maioria simples (50% mais um), e, na terceira convocação, leve-se em consideração o público presente na assembléia, independentemente do número de acionistas.
A reestruturação proposta pela Telemar tem provocado críticas dos detentores de preferenciais. A queixa se refere à relação de troca proposta na operação. Os detentores das ordinárias poderão trocar uma ação por 2,6 ações; já para os preferencialistas a relação de troca é de uma para uma. Dessa forma, a participação acionária dos detentores de ações ordinárias subirá de 14% para 31%; e a dos preferencialistas cairá de 55% para 36%.
O presidente da Telemar, Luiz Eduardo Falco, afirma que essa perda dos preferencialistas é apenas societária, já que monetariamente o valor da participação deles na empresa irá subir significativamente. A previsão é que o valor de mercado da nova empresa, a Oi Participações, suba dos atuais R$ 16,9 bilhões para R$ 20 bilhões. A movimentação diária das ações deverá se expandir dos atuais US$ 85 milhões para mais de US$ 100 milhões.
"Não haverá perda monetária para os preferencialistas", diz Falco. Ele afirma que não haverá mudanças nessa relação de troca. A assembléia poderá aprovar ou não a reestruturação, mas não mudar a proposta.
Falco lista outras vantagens da reestruturação. Hoje, a empresa não tem uma política de distribuição de dividendos, e passará a ter com a entrada no Novo Mercado. Também seguirá práticas mais exigentes de governança corporativa, e qualquer grupo de acionistas com 5% de participação acionária terá direito a convocar uma assembléia para tentar destituir a direção da empresa.
"A operação de pulverização de ações da Telemar será um divisor de águas no mercado e irá forçar um processo de consolidação no setor", diz Falco.

Indústria de perfume abre nova unidade

Aos 11 anos de existência, a Fator 5, que produz e comercializa perfumes por venda direta, se prepara para dar um passo que pode triplicar seus negócios: a construção de uma nova fábrica, na cidade de Arujá, a 37 km de São Paulo, com projeto do arquiteto Roberto Loeb. O investimento, de R$ 5 milhões, deve aumentar o número de frascos de perfume, dos 250 mil atuais, para 750 mil até o fim de 2009. O faturamento da empresa, que no ano passado atingiu os R$ 18 milhões, também deve crescer. "Nossa expectativa é de que aumente 50%", diz Márcia Carvalho, que fundou a empresa e já trabalhou como revendedora de outras marcas. Hoje, atende aos distribuidores e revendedores dos produtos da Fator 5, que é presidida pelo seu marido, Luciano Carvalho. "É uma história de muita determinação e muita garra", diz.

PRATO CHEIO

O Museu Lasar Segall realiza, no próximo dia 19, a nona edição do Leilão de Pratos para a Arte. No ano passado, o evento, que teve a colaboração de artistas como Francisco Brennand e Frans Krajcberg, arrecadou R$ 170 mil, 80% a mais do que em 2004. "Todos os anos superamos o recorde do ano anterior. No ano passado, o prato de Francisco Brennand foi leiloado por R$ 17,5 mil", afirma a diretora do museu, Denise Grinspun, que espera lances mais altos neste ano. Nesta edição, serão leiloados pratos feitos por Caetano Dias, Siron Franco, Tunga e outros.

POLÊMICA ON-LINE
O impasse entre o Ministério Público e o Google traz à tona a discussão sobre a responsabilidade legal dos provedores e sites de leilão. Na problemática entre sua co-responsabilidade ou não, muitos se baseiam em uma prática jurídica conhecida como "notice & take down". "Trata-se da isenção de responsabilidade quando o responsável pelo sistema é informado e age, afastando o conteúdo ilícito de forma imediata e, consequentemente a co-responsabilidade", esclarece o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomercio SP, Renato Opice Blum.

À FRANCESA
O Banco do Brasil acaba de firmar acordo de cooperação com o Banco Postal francês para aumentar a rede de atendimento a brasileiros que desejam fazer remessas da França para o Brasil. A rede do francês conta com mais de 17 mil pontos de atendimento.

AMÉRICA
A Abimaq participa, a partir de quarta-feira, da IMTS 2006 (International Manufacturing Technology Show), em Chicago, nos EUA. O evento é considerado um dos mais representativos do segmento de máquinas-ferramenta no mundo.

ANUÁRIO JURÍDICO
Os 61 tributos existentes no Brasil produzem pelo menos dois efeitos significativos na vida das empresas. Dados do Banco Mundial apontam que o Brasil é o país onde as empresas gastam mais tempo no pagamento de tributos, entre 155 países pesquisados pela instituição. O outro efeito é que os tributaristas são os especialistas em direito mais requisitados pelas empresas. É o que mostra o anuário Análise Advocacia, publicação da Análise Editorial em parceria com a revista eletrônica Consultor Jurídico. A publicação produziu um levantamento inédito com 600 das mil maiores empresas do país, para saber quem são os escritórios de advocacia e os profissionais de direito mais admirados do Brasil, em 11 diferentes áreas.

FUTUROS.COM
Com a atenção voltada para os pequenos e médios aplicadores que passaram a atuar no mercado de futuros da BM&F via "web trading", a Dibran, corretora do mercado de futuros, realiza, até o final do ano, série de palestras. As próximas acontecem no dia 12 em Santos e no Guarujá. O volume médio diário dessas aplicações -com Ibovespa, Boi Gordo e dólar- ultrapassa 30 mil minicontratos e movimenta mais de R$ 290 milhões.


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