UOL


São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Alta de 1,9% de ontem foi motivada por nova onda de aplicações de investidores estrangeiros

Bovespa atinge maior índice desde 2001


DA REPORTAGEM LOCAL

Nova onda de aplicações fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bater recorde ontem ao atingir 16.893 pontos, o maior nível desde os 16.937 registrados em 15 de fevereiro de 2001. Mais uma vez, segundo analistas, investidores estrangeiros deram o tom do mercado acionário.
"Temos visto muitos estrangeiros entrando na Bovespa", diz Gustavo Alcântara, gerente de Bolsa do banco Prosper.
Depois de passar boa parte do dia com valorização superior a 2% e de atingir 2,98%, a 17.070 pontos, a Bovespa terminou o pregão com alta de 1,9%. Segundo analistas, no fim do dia, investidores preferiram vender um pouco de ações e embolsar os ganhos.
O volume negociado na Bolsa voltou a ser alto também, atingindo R$ 1,255 bilhão.
Uma combinação de fatores explica o otimismo de investidores com o mercado acionário brasileiro. Uma delas é a expectativa de maiores quedas nas taxas de juros. Desde a divulgação do último relatório de inflação, no qual o BC indicou que o controle dos preços aumentou ainda mais, as apostas em cortes da Selic estão em alta.
Desde segunda-feira, os juros projetados no mercado futuro para janeiro de 2005 -data considerada como referência para a taxa de 360 dias- caíram de 18,56% para 17,95% ontem.
De acordo com Alcântara, o mercado, em média, já espera juros de 16,5% no fim do ano, contra a expectativa anterior de 17%.
"Com os juros em queda, a tendência é de migração para a Bolsa, onde os preços estavam muito deprimidos", diz o analista.
A grande dúvida do mercado é até onde a Bovespa pode subir. As apostas variam de estabilidade nos 17.000 pontos a recordes de 22.000 pontos.
Ontem, a divulgação de melhores recomendações de dois bancos estrangeiros, Deutsche e JP Morgan, ajudou a animar o mercado. A instituição alemã, que até ontem recomendava posição de compra neutra em ativos brasileiros, passou a sugerir que os investidores aplicassem mais no país do que na média do mercado.
Já o JP Morgan aumentou a participação do Brasil no Embi+, índice que mede o risco-país dos mercados emergentes. Isso significa a elevação da exposição do banco ao mercado brasileiro.
Com isso, o risco-país caiu de 704 para 689 pontos e o dólar recuou 0,45%, para R$ 2,892.


Texto Anterior: Rentabilidade não é tão alta, aponta estudo
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.