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MERCADO FINANCEIRO
Alta de 1,9% de ontem foi motivada por nova onda de aplicações de investidores estrangeiros
Bovespa atinge maior índice desde 2001
DA REPORTAGEM LOCAL
Nova onda de aplicações fez a
Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa) bater recorde ontem ao
atingir 16.893 pontos, o maior nível desde os 16.937 registrados em
15 de fevereiro de 2001. Mais uma
vez, segundo analistas, investidores estrangeiros deram o tom do
mercado acionário.
"Temos visto muitos estrangeiros entrando na Bovespa", diz
Gustavo Alcântara, gerente de
Bolsa do banco Prosper.
Depois de passar boa parte do
dia com valorização superior a
2% e de atingir 2,98%, a 17.070
pontos, a Bovespa terminou o
pregão com alta de 1,9%. Segundo
analistas, no fim do dia, investidores preferiram vender um pouco de ações e embolsar os ganhos.
O volume negociado na Bolsa
voltou a ser alto também, atingindo R$ 1,255 bilhão.
Uma combinação de fatores explica o otimismo de investidores
com o mercado acionário brasileiro. Uma delas é a expectativa de
maiores quedas nas taxas de juros. Desde a divulgação do último
relatório de inflação, no qual o BC
indicou que o controle dos preços
aumentou ainda mais, as apostas
em cortes da Selic estão em alta.
Desde segunda-feira, os juros
projetados no mercado futuro para janeiro de 2005 -data considerada como referência para a taxa de 360 dias- caíram de
18,56% para 17,95% ontem.
De acordo com Alcântara, o
mercado, em média, já espera juros de 16,5% no fim do ano, contra a expectativa anterior de 17%.
"Com os juros em queda, a tendência é de migração para a Bolsa,
onde os preços estavam muito deprimidos", diz o analista.
A grande dúvida do mercado é
até onde a Bovespa pode subir. As
apostas variam de estabilidade
nos 17.000 pontos a recordes de
22.000 pontos.
Ontem, a divulgação de melhores recomendações de dois bancos estrangeiros, Deutsche e JP
Morgan, ajudou a animar o mercado. A instituição alemã, que até
ontem recomendava posição de
compra neutra em ativos brasileiros, passou a sugerir que os investidores aplicassem mais no país
do que na média do mercado.
Já o JP Morgan aumentou a participação do Brasil no Embi+, índice que mede o risco-país dos
mercados emergentes. Isso significa a elevação da exposição do
banco ao mercado brasileiro.
Com isso, o risco-país caiu de
704 para 689 pontos e o dólar recuou 0,45%, para R$ 2,892.
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