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Associações do setor estimam só 7% de cortes
DA ENVIADA A TIJUANA
As associações nacionais e
locais de maquiladoras mexicanas negam que o modelo
pró-exportação tenha se esgotado. Pregam que o esquema seja aprofundado e que o
México aperfeiçoe a aliança
com os EUA. O setor faz uma
estimativa otimista: diz que
só 7% dos 2,3 milhões de empregos das maquiladoras serão perdidos até o fim do ano.
"Seremos cada vez mais
competitivos. Estamos preparando com o governo um
pacote de desregulamentação para facilitar o investimento", disse Cesar Castro,
presidente do Conselho Nacional da Indústria Maquiladora e Manufatureira.
Em geral, as maquiladoras
são disputadas pelas cidades,
que oferecem isenções fiscais ou abatimentos em fornecimento de água e energia.
Segundo Castro, a ideia é
atrair capitais de outros países -são de capital americano 70% das maquiladoras
hoje- para instalar fábricas
com produção não voltada
apenas para os EUA.
Dos EUA, Castro cobra
avanços na integração do
Nafta. Entre outros pontos,
ele e outros analistas reclamam porque os EUA interromperam o programa piloto que permitira a livre circulação de caminhões entre os
dois países -sem falar na
adiada reforma de imigração
americana e na recente exigência de visto para mexicanos pelo governo canadense.
Uma das principais apostas do setor é justamente a
China, que foi algoz do México no começo da década ao
levar centenas de maquiladoras para a Ásia, abocanhando parte importante da
demanda americana. Agora,
Pequim busca instalar suas
próprias fábricas no México.
Castro cita como exemplo
do interesse chinês a instalação no país da Lenovo, fabricante de laptops. A empresa
chinesa diz que a produção
da fábrica irá para os EUA e
para a América Latina.
"Estamos quase alcançando o preço da mão de obra
chinesa", comemora o executivo, que comanda uma
maquiladora fabricante de
celulares para a Nokia. Ele
diz que as exportações do setor recuaram 30% até agora,
mas que o recuo tocou o fundo. "Esperamos terminar o
ano com 20% a menos."
Javier Martínez, presidente da Associação de Maquiladoras de Tijuana, também
aposta na mão de obra à chinesa e na sintonia da região
com as necessidades americanas para promover o desenvolvimento. Quanto à crise do emprego no setor e a
reclamação por baixos salários, ele diz que as remunerações seguem as leis de oferta
e demanda, e que, na média,
as maquiladoras pagam melhor do que os demais setores mexicanos.
Martínez diz que Tijuana
soube se especializar com a
fuga de maquiladoras para a
China e que agora tem fábricas mais complexas, como as
de celulares 3G, de TVs e de
componentes médicos. "Somos o maior produtor de televisores de alta tecnologia
do mundo." Quando até o
presidente Felipe Calderón
prega diversificação de mercados, ele diz confiar na tradição consumista dos EUA.
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