São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

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Semana terá novo IPCA e decisão sobre juro europeu

Mercado brasileiro aguarda o índice de inflação oficial

DA REPORTAGEM LOCAL

Os primeiros dias da semana tendem a ser menos agitados, com a agenda de eventos econômicos mais branda. Mas a quinta e a sexta prometem esquentar os mercados, com a decisão dos juros na Europa e os dados de emprego nos EUA.
Apesar de outubro ter sido um mês bastante ruim para as Bolsas de Valores pelo mundo, a semana passada foi de recuperação nos mercados acionários. Para a Bovespa, a desvalorização de outubro, que ficou em 24,8%, foi a maior em um mês desde 1998.
Na última quarta-feira, o Fomc (comitê do BC americano que define os juros) decidiu reduzir a sua taxa de referência de 1,5% para 1% anuais. No mesmo dia, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC brasileiro) optou por manter os juros básicos brasileiros em 13,75% ao ano.
Nesta quinta-feira será a vez de o Banco da Inglaterra decidir o que fará com sua taxa básica, que está em 4,5% -o mercado espera que seja reduzida para 4%. No mesmo dia, o BCE (Banco Central Europeu) se reúne para tomar sua decisão. Os investidores projetam que a sua taxa vai ser cortada de 3,75% para 3,25%.
Na sexta, investidores e analistas vão se deparar com os dados do mercado de trabalho norte-americano. Com a economia desaquecida, há expectativa de que a taxa de desemprego nos EUA tenha subido de 6,1% para 6,3%.
"Ainda é cedo para falar em reversão de tendência, mas de fato o mercado parece estar mais calmo e começa a olhar para os fundamentos. Mas ainda esperamos uma semana bastante agitada por conta da série de indicadores previstos, especialmente os que se referem à atividade nos EUA", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
Em todos os dias da semana haverá dados da economia americana para serem divulgados. A seqüência de eventos trará resultados da indústria, de gastos com construção, de produtividade e de crédito ao consumidor.
Já o instituto ISM vai apresentar sua pesquisa sobre o desempenho dos setores de serviços e industrial.
Na semana passada, o governo americano divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país apresentou recuo de 0,3% no terceiro trimestre, queda menor que a esperada pelo mercado, que era de uma retração de 0,5%.
Os dados dos estoques no atacado americano em setembro, que vão ser apresentados na sexta, fecham a agenda.

Inflação
Para o Brasil, o dia mais relevante é a sexta-feira, quando será apresentado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro. Esse indicador de preços é o utilizado pelo Banco Central para monitorar a meta oficial de inflação. Dessa forma, para que o ciclo de elevações de juros não seja retomado é importante que o IPCA não traga surpresas desagradáveis.
"Devemos ver uma aceleração da inflação nos próximos meses, dado que os impactos da escassez de crédito sobre a atividade econômica devem ocorrer de forma mais lenta do que os impactos da depreciação do real sobre a inflação", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
"Em um horizonte de médio prazo, no entanto, acreditamos que os efeitos da depreciação do real sobre a inflação devem ser limitados, e em grande parte compensados pelos efeitos da escassez do crédito sobre a atividade econômica", diz.
Na semana passada, foi divulgado que o IGP-M ficou em 0,98% em outubro.


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