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Semana terá novo IPCA e decisão sobre juro europeu
Mercado brasileiro aguarda o índice de inflação oficial
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros dias da semana
tendem a ser menos agitados,
com a agenda de eventos econômicos mais branda. Mas a
quinta e a sexta prometem esquentar os mercados, com a decisão dos juros na Europa e os
dados de emprego nos EUA.
Apesar de outubro ter sido
um mês bastante ruim para as
Bolsas de Valores pelo mundo,
a semana passada foi de recuperação nos mercados acionários. Para a Bovespa, a desvalorização de outubro, que ficou
em 24,8%, foi a maior em um
mês desde 1998.
Na última quarta-feira, o
Fomc (comitê do BC americano que define os juros) decidiu
reduzir a sua taxa de referência
de 1,5% para 1% anuais. No
mesmo dia, o Copom (Comitê
de Política Monetária do BC
brasileiro) optou por manter os
juros básicos brasileiros em
13,75% ao ano.
Nesta quinta-feira será a vez
de o Banco da Inglaterra decidir o que fará com sua taxa básica, que está em 4,5% -o mercado espera que seja reduzida para 4%. No mesmo dia, o BCE
(Banco Central Europeu) se
reúne para tomar sua decisão.
Os investidores projetam que a
sua taxa vai ser cortada de
3,75% para 3,25%.
Na sexta, investidores e analistas vão se deparar com os dados do mercado de trabalho
norte-americano. Com a economia desaquecida, há expectativa de que a taxa de desemprego nos EUA tenha subido de
6,1% para 6,3%.
"Ainda é cedo para falar em
reversão de tendência, mas de
fato o mercado parece estar
mais calmo e começa a olhar
para os fundamentos. Mas ainda esperamos uma semana bastante agitada por conta da série
de indicadores previstos, especialmente os que se referem à
atividade nos EUA", afirma
Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
Em todos os dias da semana
haverá dados da economia
americana para serem divulgados. A seqüência de eventos
trará resultados da indústria,
de gastos com construção, de
produtividade e de crédito ao
consumidor.
Já o instituto ISM vai apresentar sua pesquisa sobre o desempenho dos setores de serviços e industrial.
Na semana passada, o governo americano divulgou que o
PIB (Produto Interno Bruto)
do país apresentou recuo de
0,3% no terceiro trimestre,
queda menor que a esperada
pelo mercado, que era de uma
retração de 0,5%.
Os dados dos estoques no
atacado americano em setembro, que vão ser apresentados
na sexta, fecham a agenda.
Inflação
Para o Brasil, o dia mais relevante é a sexta-feira, quando
será apresentado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) de outubro. Esse indicador de preços é o utilizado
pelo Banco Central para monitorar a meta oficial de inflação.
Dessa forma, para que o ciclo de
elevações de juros não seja retomado é importante que o IPCA não traga surpresas desagradáveis.
"Devemos ver uma aceleração da inflação nos próximos
meses, dado que os impactos da
escassez de crédito sobre a atividade econômica devem ocorrer de forma mais lenta do que
os impactos da depreciação do
real sobre a inflação", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
"Em um horizonte de médio
prazo, no entanto, acreditamos
que os efeitos da depreciação
do real sobre a inflação devem
ser limitados, e em grande parte compensados pelos efeitos
da escassez do crédito sobre a
atividade econômica", diz.
Na semana passada, foi divulgado que o IGP-M ficou em
0,98% em outubro.
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