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Crise não estimula aplicação com proteção
Produto financeiro que assegura de queda parte do capital aplicado em ação não atrai investidor nem neste período de perdas
Sem apelo no período de alta da Bolsa, POP continua a registrar baixo número de operações mesmo com mercado acionário instável
DA REPORTAGEM LOCAL
A atual crise se tornou um
grande teste para o POP (Proteção do Investimento com Participação). Mas parece que o apelo desse produto financeiro,
lançado pela Bolsa em 2007
com a promessa de amenizar as
perdas das ações, segue baixo.
Em um momento em que a
Bolsa comemora um novo recorde no número de negócios
realizados no pregão -mais de
337 mil transações por dia-, o
POP não alterou sua baixíssima
movimentação. O último balanço feito pela Bovespa mostrou que em setembro houve
apenas dois negócios com POP.
Em agosto, foram feitas 34 operações. Segundo operadores, o
mês de outubro continuou bem
fraco e não alterou essa realidade. O mês em que o produto foi
mais negociado foi em sua estréia, em fevereiro de 2007,
quando teve 249 transações.
Até o primeiro semestre, a
análise corrente era de que, como a Bolsa de Valores estava
em um movimento de contínua
alta, o POP perdia seu principal
gancho, que era o de amortecer
as perdas para os investidores.
Mas a Bovespa teve em outubro o seu quinto mês seguido de
perdas. No mês, a desvalorização acumulada pela Bolsa ficou
em 24,8% -o que fez de outubro o pior mês em uma década.
"Acho o produto interessante, mas talvez seja sofisticado
demais para atrair o pequeno
investidor. É um produto difícil
de vender, pois não é simples
de as pessoas compreenderem
como funciona e quais as vantagens que pode trazer", diz
Luiz Antonio Vaz das Neves,
analista da KNA Consultores.
O POP se utiliza de sofisticadas operações de mercado
-conhecidas como opções-
para diminuir o impacto das
quedas das ações. O investidor
que contrata um POP protege
uma parcela, algo entre 70% e
80%, de sua aplicação de eventuais desvalorizações.
Um investidor que compra
um papel da Petrobras e ele cai,
hipoteticamente, 30% em um
mês terá de aceitar essa depreciação no bolso. Se o investidor,
em vez de ter comprado diretamente a ação, tiver adquirido
um POP de Petrobras terá uma
parcela de seu capital protegido. Com isso, não sofrerá no
bolso a totalidade daquela perda de 30% exemplificada.
O custo do produto financeiro é sentido quando o mercado
sobe. Nesse cenário, a pessoa
tem de ceder uma parcela de
seu ganho para o investidor que
vendeu o POP para ele.
(FABRICIO VIEIRA)
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