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ANO DO DRAGÃO
Indústria de cimento diz que tarifas de energia, combustíveis e dólar elevaram custos da produção
Construir fica mais caro em São Paulo
DA REDAÇÃO
Construir ou reformar está
mais caro. Alguns materiais do setor de construção civil tiveram
reajustes maiores do que a inflação, segundo nota divulgada ontem pelo Sinduscon (Sindicato da
Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo).
A nota afirma que, em razão
disso, as construtoras devem pedir aos compradores de imóveis
reajuste no valor dos contratos.
O campeão do aumento no mês
foi o tubo de ferro, que subiu
15,36% em novembro. O vidro teve o maior reajuste nos últimos 12
meses (32,33%). Outros insumos,
como óleo diesel, aço, cimento e
tinta a óleo também subiram mais
do que a inflação.
O CUB (Custo Unitário Básico)
-índice utilizado para reajustar
contratos do setor- aumentou
2,21% no mês e acumula 11,68%
em 12 meses, passando a valer R$
705,45 por metro quadrado.
Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon,
afirma que não há razões econômicas que justifiquem a disparada nos preços, creditando-a a um
aumento da margem de lucro da
indústria. Segundo Zaidan, a
construção civil está em recessão
há dois anos e estima queda de
mais de 2% este ano.
A indústria de cimento -que
elevou seus preços em 9,97% neste mês- se defende. José Otavio
de Carvalho, secretário-executivo
do Snic (Sindicato Nacional da
Indústria de Cimento) diz que os
aumentos nos preços dos combustíveis, a alta do dólar e a elevação das tarifas de energia elétrica
causaram os reajustes. Segundo
Carvalho, o cimento não tem
grande participação no valor final
de uma construção e, por isso,
não poderia ser responsabilizado
pelo aumento do CUB.
Para Zaidan, essa informação
não é correta, porque leva em
consideração a participação do cimento na construção apenas isoladamente, sem contabilizar outros produtos em que está embutido, como concreto, blocos e estacas. Segundo ele, "o cimento e o
aço são os dois grandes campeões
de custo [na construção]".
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