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VAREJO
Ponto Frio e Casas Bahia ampliam campanhas na mídia durante este mês
Redes acirram disputa antes do Natal
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No maior shopping do Vale do
Paraíba (região do interior do Estado de São Paulo), o Center Vale,
o Ponto Frio decidiu, há quatro
meses, abrir uma loja de 750 metros quadrados em seu piso superior. A inauguração acontece no
próximo dia 9. Logo depois, em
outubro, a Casas Bahia bateu o
martelo e aprovou um projeto de
um ponto-de-venda, com mil metros quadrados, no mesmo shopping, a metros de distância da arqui-rival.
Concorrentes diretas, as duas
redes iniciaram uma campanha
agressiva de mídia neste mês, nos
pontos-de-venda, para tentar
vender até 50% mais do que no
Natal do ano passado.
Adotando posição mais discreta
até agora, o Ponto Frio deve começar a falar em sua estratégia na
próxima semana.
O que está certo até o momento
é a idéia de lançar a imagem de
uma rede mais popular -uma
das marcas da cadeia no passado,
com o antigo bordão do "Bonzão", que volta repaginado.
Em novembro, a rede trocou de
publicitário -saiu Eduardo Fischer, da Fischer América, e entrou
Sérgio Valente, da DM9DDB- e
colocou nas ruas o slogan "Bonzão da Prestação".
Contratou ainda uma das apresentadoras do canal de varejo
"ShopTime" para ser a garota-propaganda da rede.
Estratégia
Tem mais: em uma ação de mídia criada em 30 horas, a rede veiculou na última semana uma propaganda utilizando uma pesquisa
do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) em
que mostra que a cadeia teria preços mais baixos do que a Bahia.
Com faturamento de R$ 1,7 bilhão até setembro, o Ponto Frio
carrega neste ano prejuízo de R$
4,7 milhões -em igual período
de 2002 o lucro superou R$ 15,9
milhões. Para ajustar as contas, a
rede se reestruturou antes de entrar na disputa.
Fechou 20 lojas deficitárias
-sendo dez no Sul do país e duas
em São Paulo- e cortou despesas
por conta da retração nas vendas.
Analistas de mercado que
acompanham as ações da empresa esperam que as vendas natalinas sejam até 25% superiores às
do ano passado.
Já a Casas Bahia, com investimento em mídia de R$ 470 milhões até setembro -em 2002 foram R$ 135 milhões- renovou
por mais seis meses o contrato de
exclusividade com o ator do
"Quer pagar quanto?", Fabiano
Augusto. Ele tem até 120 inserções
de 30 segundos por dia na TV -o
que equivale a uma hora de propaganda por dia.
A rede ainda pretende vender
R$ 1 bilhão em mercadorias neste
mês, o que representa aumento
de quase 50% sobre o que foi apurado em 2002.
Disputa
"Só a Casas Bahia falava e falava
até agora. A competição está de
volta e vai ter guerra no varejo,
sim", diz Valente, vice-presidente
de criação da DM9DDB.
"Nós estamos nesse jogo também", diz Marcelo Bazzali, diretor
de gestão de categoria do Extra. A
cadeia pretende reforçar as campanhas em torno de produtos de
maior valor agregado.
Nessa disputa, a indústria entrará dividindo os gastos das redes
com as campanhas. Explica-se:
quando a loja decide dar maior
espaço para a promoção de uma
marca "x" ou "y" em TV ou outdoor, por exemplo, o fabricante
pode arcar com parte dos gastos
da loja em mídia.
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