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São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2003

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VAREJO

Ponto Frio e Casas Bahia ampliam campanhas na mídia durante este mês

Redes acirram disputa antes do Natal

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No maior shopping do Vale do Paraíba (região do interior do Estado de São Paulo), o Center Vale, o Ponto Frio decidiu, há quatro meses, abrir uma loja de 750 metros quadrados em seu piso superior. A inauguração acontece no próximo dia 9. Logo depois, em outubro, a Casas Bahia bateu o martelo e aprovou um projeto de um ponto-de-venda, com mil metros quadrados, no mesmo shopping, a metros de distância da arqui-rival.
Concorrentes diretas, as duas redes iniciaram uma campanha agressiva de mídia neste mês, nos pontos-de-venda, para tentar vender até 50% mais do que no Natal do ano passado.
Adotando posição mais discreta até agora, o Ponto Frio deve começar a falar em sua estratégia na próxima semana.
O que está certo até o momento é a idéia de lançar a imagem de uma rede mais popular -uma das marcas da cadeia no passado, com o antigo bordão do "Bonzão", que volta repaginado.
Em novembro, a rede trocou de publicitário -saiu Eduardo Fischer, da Fischer América, e entrou Sérgio Valente, da DM9DDB- e colocou nas ruas o slogan "Bonzão da Prestação".
Contratou ainda uma das apresentadoras do canal de varejo "ShopTime" para ser a garota-propaganda da rede.

Estratégia
Tem mais: em uma ação de mídia criada em 30 horas, a rede veiculou na última semana uma propaganda utilizando uma pesquisa do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) em que mostra que a cadeia teria preços mais baixos do que a Bahia.
Com faturamento de R$ 1,7 bilhão até setembro, o Ponto Frio carrega neste ano prejuízo de R$ 4,7 milhões -em igual período de 2002 o lucro superou R$ 15,9 milhões. Para ajustar as contas, a rede se reestruturou antes de entrar na disputa.
Fechou 20 lojas deficitárias -sendo dez no Sul do país e duas em São Paulo- e cortou despesas por conta da retração nas vendas.
Analistas de mercado que acompanham as ações da empresa esperam que as vendas natalinas sejam até 25% superiores às do ano passado.
Já a Casas Bahia, com investimento em mídia de R$ 470 milhões até setembro -em 2002 foram R$ 135 milhões- renovou por mais seis meses o contrato de exclusividade com o ator do "Quer pagar quanto?", Fabiano Augusto. Ele tem até 120 inserções de 30 segundos por dia na TV -o que equivale a uma hora de propaganda por dia.
A rede ainda pretende vender R$ 1 bilhão em mercadorias neste mês, o que representa aumento de quase 50% sobre o que foi apurado em 2002.

Disputa
"Só a Casas Bahia falava e falava até agora. A competição está de volta e vai ter guerra no varejo, sim", diz Valente, vice-presidente de criação da DM9DDB.
"Nós estamos nesse jogo também", diz Marcelo Bazzali, diretor de gestão de categoria do Extra. A cadeia pretende reforçar as campanhas em torno de produtos de maior valor agregado.
Nessa disputa, a indústria entrará dividindo os gastos das redes com as campanhas. Explica-se: quando a loja decide dar maior espaço para a promoção de uma marca "x" ou "y" em TV ou outdoor, por exemplo, o fabricante pode arcar com parte dos gastos da loja em mídia.


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