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BARRIL DE PÓLVORA
Reserva maior de óleo de calefação nos EUA e inverno ameno derrubam cotação; alta no ano, porém, está em 30%
Preço do petróleo recua 12% em dois dias
DA REDAÇÃO
Os preços do petróleo em Nova
York caíram 4,9% ontem, para
US$ 43,25 o barril, e já acumulam
o maior tombo (12%) em dois
dias desde a Guerra do Golfo, em
1991. O motivo foi o anúncio de
uma alta nos estoques de óleo de
aquecimento nos Estados Unidos, o que deflagrou vendas.
O contrato futuro de petróleo
cru norte-americano caiu US$
2,34 por barril e fechou em US$
43,25, depois de atingir os US$
42,50, a cotação mais baixa em 12
semanas. O tipo Brent, negociado
em Londres, caiu US$ 2,21, para
US$ 40,15, mas chegou a ser negociado abaixo dos US$ 40 pela primeira vez em três meses.
Depois da queda de US$ 3,64
anteontem, as perdas combinadas dos dois dias são a quarta
maior depreciação em um período de dois dias registrada na história da Bolsa Mercantil de Nova
York e a maior desde 1991.
Os fundos especulativos de Nova York e Londres abandonaram
o mercado rapidamente, o que
gerou uma queda acumulada de
US$ 13 até agora, ante o pico histórico de outubro. Ainda assim, o
petróleo cru está 30% acima de
sua cotação do começo do ano.
"Pode ser que as pessoas tenham começado a pensar que
uma grande festa acabou, enfim",
disse Peter Gignoux, consultor de
petróleo na GDP Associates.
Os estoques de óleo de aquecimento nos Estados Unidos voltaram a registrar alta. As refinarias
estão reforçando a produção, e o
clima está ameno no começo de
inverno no país, o que limita a demanda pelo produto.
O governo americano informou
na quarta-feira que os estoques de
destilados, entre os quais o óleo
de aquecimento e o diesel, haviam
subido 2,3 milhões de barris na
semana até 26 de novembro.
Opep
Os estoques de petróleo cru
também estão em alta porque os
produtores da Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) atingiram seu mais elevado nível de extração em 25
anos. Sinais do cartel de que continuará bombeando nesse nível
também influenciaram o setor.
O presidente da Opep disse, na
quarta-feira, que o grupo permitirá aos membros continuar a extrair acima de suas cotas no primeiro trimestre de 2005, caso os
preços continuem altos.
"Creio que toleraremos o excesso de produção, porque o preço
ainda continua alto", disse Purnormo Yusgiantoro, presidente
da Opep e ministro do Petróleo da
Indonésia. "Permitiremos que os
países da Opep produzam mais."
O cartel deve se reunir no Cairo
no próximo dia 10, para decidir
sobre a política de produção para
o primeiro trimestre de 2005.
O Irã, o segundo maior produtor da Opep, informou que o grupo reduziria a sua produção excedente às cotas para evitar o acúmulo de estoques no inverno.
Com a Reuters
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