São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Reserva maior de óleo de calefação nos EUA e inverno ameno derrubam cotação; alta no ano, porém, está em 30%

Preço do petróleo recua 12% em dois dias

DA REDAÇÃO

Os preços do petróleo em Nova York caíram 4,9% ontem, para US$ 43,25 o barril, e já acumulam o maior tombo (12%) em dois dias desde a Guerra do Golfo, em 1991. O motivo foi o anúncio de uma alta nos estoques de óleo de aquecimento nos Estados Unidos, o que deflagrou vendas.
O contrato futuro de petróleo cru norte-americano caiu US$ 2,34 por barril e fechou em US$ 43,25, depois de atingir os US$ 42,50, a cotação mais baixa em 12 semanas. O tipo Brent, negociado em Londres, caiu US$ 2,21, para US$ 40,15, mas chegou a ser negociado abaixo dos US$ 40 pela primeira vez em três meses.
Depois da queda de US$ 3,64 anteontem, as perdas combinadas dos dois dias são a quarta maior depreciação em um período de dois dias registrada na história da Bolsa Mercantil de Nova York e a maior desde 1991.
Os fundos especulativos de Nova York e Londres abandonaram o mercado rapidamente, o que gerou uma queda acumulada de US$ 13 até agora, ante o pico histórico de outubro. Ainda assim, o petróleo cru está 30% acima de sua cotação do começo do ano.
"Pode ser que as pessoas tenham começado a pensar que uma grande festa acabou, enfim", disse Peter Gignoux, consultor de petróleo na GDP Associates.
Os estoques de óleo de aquecimento nos Estados Unidos voltaram a registrar alta. As refinarias estão reforçando a produção, e o clima está ameno no começo de inverno no país, o que limita a demanda pelo produto.
O governo americano informou na quarta-feira que os estoques de destilados, entre os quais o óleo de aquecimento e o diesel, haviam subido 2,3 milhões de barris na semana até 26 de novembro.

Opep
Os estoques de petróleo cru também estão em alta porque os produtores da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) atingiram seu mais elevado nível de extração em 25 anos. Sinais do cartel de que continuará bombeando nesse nível também influenciaram o setor.
O presidente da Opep disse, na quarta-feira, que o grupo permitirá aos membros continuar a extrair acima de suas cotas no primeiro trimestre de 2005, caso os preços continuem altos.
"Creio que toleraremos o excesso de produção, porque o preço ainda continua alto", disse Purnormo Yusgiantoro, presidente da Opep e ministro do Petróleo da Indonésia. "Permitiremos que os países da Opep produzam mais."
O cartel deve se reunir no Cairo no próximo dia 10, para decidir sobre a política de produção para o primeiro trimestre de 2005.
O Irã, o segundo maior produtor da Opep, informou que o grupo reduziria a sua produção excedente às cotas para evitar o acúmulo de estoques no inverno.


Com a Reuters


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