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Montadoras querem US$ 34 bilhões do governo dos EUA
GM afirma que precisa de US$ 4 bilhões ainda neste mês e que empréstimo é "crucial" para financiar suas operações
Vendas das montadoras nos EUA chegaram no mês passado ao menor nível em 26 anos; quedas de GM e Chrysler superam os 40%
DA REDAÇÃO
Em meio a uma das piores
crises da história do setor, com
as vendas atingindo o menor
nível em 26 anos, a GM, a maior
montadora mundial, pediu US$
18 bilhões ao governo dos EUA
e disse que US$ 4 bilhões são
necessários ainda neste mês,
em clara indicação dos seus
graves problemas. Já a concorrente Ford solicitou ao governo
metade daquele valor.
A Chrysler pediu US$ 7 bilhões, o que fez com que o total
de pedidos chegasse a US$ 34
bilhões (1% do PIB alemão),
quase 50% mais que o valor que
o Congresso estudava emprestar às três grandes montadoras.
A GM afirmou que precisa de
US$ 4 bilhões neste mês para
continuar operando, aumentando ainda mais os temores de
concordata. "Os primeiros US$
4 bilhões são cruciais", disse o
presidente operacional da GM,
Frederick Henderson. "Sem o
apoio [do governo], a empresa
simplesmente não consegue financiar as suas operações."
No início do mês passado, a
GM disse que, no final do terceiro trimestre, contava com
US$ 16,2 bilhões em caixa, pouco acima dos US$ 11 bilhões que
ela diz ser o mínimo necessário.
A empresa, que promete fazer cortes profundos de trabalhadores, fábricas e salários de
executivos para conseguir o
apoio do Congresso, disse que
precisa de mais US$ 10 bilhões
para 2009, além de uma linha
de US$ 6 bilhões que seria usada caso a situação piore mais.
Os US$ 18 bilhões representam pouco menos que o PIB
uruguaio e 10% do que a General Motors faturou em 2007.
A Ford, a segunda maior
montadora dos EUA, disse que
não pretende usar os US$ 9 bilhões (cerca de 5% da sua receita em 2007), a não ser que a crise do setor automotivo piore.
"Os empréstimos governamentais serviriam como importante precaução ou salvaguarda
contra a piora das condições",
afirmou em comunicado.
Ela afirmou que está mais
bem preparada para enfrentar
a crise do que a GM e a
Chrysler, mas que seu futuro
está atrelado ao das rivais. A
empresa disse que não espera
passar por crise de liquidez no
próximo ano, "salvo um pedido
de concordata por um dos nossos competidores domésticos
ou uma retração econômica
mais grave, que debilite ainda
mais as vendas automotivas".
Os dirigentes de GM, Ford e
Chrysler serão ouvidos novamente amanhã e na sexta-feira
pelo Congresso americano, em
busca de empréstimos para o
setor. Depois das críticas por
viajarem em jatinho das empresas, eles devem ir de carro e
prometem, se receberem o empréstimo, trocar salários milionários por US$ 1.
A presidente do Congresso
dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou que "concordata não é
uma opção. Todo mundo sai
perdendo com a concordata,
inclusive a nossa economia".
As vendas continuaram despencando no mês passado nos
EUA, atingindo o menor nível
desde 1982. GM e Chrysler tiveram quedas nas vendas superiores a 40%, e as de Toyota e
Ford recuaram mais de 30%.
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