São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Taxas no mercado futuro ficam abaixo de 19%; Bovespa sobe 2,83% e volta ao nível de agosto

Juro cai abaixo da Selic; Bolsa vai a 14 mil

ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa subiu para seu maior nível em cinco meses, o dólar caiu para seu menor valor desde maio de 2001. No mercado futuro, os contratos de juros de fevereiro a julho fecharam abaixo da Selic (taxa básica de juros da economia), atualmente em 19%.
O mercado financeiro continuou em clima de otimismo ontem, ainda amparado pelas boas perspectivas para a economia brasileira neste ano. Analistas, no entanto, ressaltam que o volume de negócios ainda é fraco, refletindo o feriado de final de ano.
A melhora no humor começou com a queda do dólar no final do ano passado. O bom resultado da balança comercial brasileira foi um dos motivos apontados para a reversão da tendência de alta. Com o dólar valendo menos, ficam reduzidas as pressões inflacionárias, o que abre espaço para o Banco Central reduzir os juros. O dólar fechou o dia ontem valendo R$ 2,294, com queda de 0,30%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos com juros de abril, os mais negociados, projetaram taxa de 18,76%. Houve maior liquidez nos contratos de julho, ontem. Eles encerraram o dia em 18,84%. Para fevereiro, a taxa fechou em 18,94%.
Parte do mercado avalia que, apesar de haver motivos para a redução dos juros, ainda é cedo para esperar que as taxas caiam já na próxima reunião do Copom.
"Acho que o corte agora seria prematuro. É mais prudente esperar por alguns meses para se certificar sobre o comportamento da inflação", avalia Helio Osaki, analista da Finambras.
Para este mês, o mercado fala até em uma possível deflação, com as quedas do dólar e do preço da gasolina.
Para um analista, apesar de o mercado não fazer coro em torno da redução dos juros neste mês, o comportamento das taxas no mercado futuro mostram que as apostas estão sendo feitas . "Se o corte fosse esperado para o mês que vem, as taxas de curto prazo não estariam abaixo da Selic", diz.
A Bolsa acompanhou o cenário positivo e, também, a alta dos mercados internacionais. O Ibovespa subiu 2,83%, para 14.265 pontos. Não se situava nesse nível de pontos desde agosto do ano passado. O giro financeiro ficou em R$ 637,471 milhões, dentro da média dos últimos meses de 2001. Nos dois dias úteis de 2002, a Bolsa teve alta superior a 2%.


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