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MERCADO FINANCEIRO
Taxas no mercado futuro ficam abaixo de 19%; Bovespa sobe 2,83% e volta ao nível de agosto
Juro cai abaixo da Selic; Bolsa vai a 14 mil
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa subiu para seu maior
nível em cinco meses, o dólar caiu
para seu menor valor desde maio
de 2001. No mercado futuro, os
contratos de juros de fevereiro a
julho fecharam abaixo da Selic
(taxa básica de juros da economia), atualmente em 19%.
O mercado financeiro continuou em clima de otimismo ontem, ainda amparado pelas boas
perspectivas para a economia
brasileira neste ano. Analistas, no
entanto, ressaltam que o volume
de negócios ainda é fraco, refletindo o feriado de final de ano.
A melhora no humor começou
com a queda do dólar no final do
ano passado. O bom resultado da
balança comercial brasileira foi
um dos motivos apontados para a
reversão da tendência de alta.
Com o dólar valendo menos, ficam reduzidas as pressões inflacionárias, o que abre espaço para
o Banco Central reduzir os juros.
O dólar fechou o dia ontem valendo R$ 2,294, com queda de 0,30%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos com
juros de abril, os mais negociados,
projetaram taxa de 18,76%. Houve maior liquidez nos contratos
de julho, ontem. Eles encerraram
o dia em 18,84%. Para fevereiro, a
taxa fechou em 18,94%.
Parte do mercado avalia que,
apesar de haver motivos para a redução dos juros, ainda é cedo para esperar que as taxas caiam já na
próxima reunião do Copom.
"Acho que o corte agora seria
prematuro. É mais prudente esperar por alguns meses para se
certificar sobre o comportamento
da inflação", avalia Helio Osaki,
analista da Finambras.
Para este mês, o mercado fala
até em uma possível deflação,
com as quedas do dólar e do preço da gasolina.
Para um analista, apesar de o
mercado não fazer coro em torno
da redução dos juros neste mês, o
comportamento das taxas no
mercado futuro mostram que as
apostas estão sendo feitas . "Se o
corte fosse esperado para o mês
que vem, as taxas de curto prazo
não estariam abaixo da Selic", diz.
A Bolsa acompanhou o cenário
positivo e, também, a alta dos
mercados internacionais. O Ibovespa subiu 2,83%, para 14.265
pontos. Não se situava nesse nível
de pontos desde agosto do ano
passado. O giro financeiro ficou
em R$ 637,471 milhões, dentro da
média dos últimos meses de 2001.
Nos dois dias úteis de 2002, a Bolsa teve alta superior a 2%.
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