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Itaú avalia negócio no Reino Unido, diz jornal
De acordo com o "Sunday Times", instituição brasileira poderá adquirir parte do Royal Bank of Scotland e do Lloyds
No Brasil, Itaú informa que declarações de Pedro Malan, membro do conselho do banco, ao jornal foram sobre negócios em geral no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
O Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, estuda
comprar uma participação nos
bancos britânicos RBS (Royal
Bank of Scotland) e Lloyds
-duas instituições financeiras
que foram socorridas durante a
crise pelo governo do Reino
Unido-, conforme reportagem
do inglês "Sunday Times".
Segundo o jornal, o ex-ministro Pedro Malan, hoje presidente do conselho consultivo
internacional do Itaú, informou que o banco analisa a aquisição de uma parcela das ações
do próprio governo britânico,
que, passado o pior momento
da crise, tenta agora recuperar
parte do dinheiro gasto na capitalização dos bancos.
A assessoria do Itaú negou
que o banco esteja negociando
a compra dessas participações
e informou que Malan, ao fazer
as declarações ao jornal, não se
referia particularmente aos
dois bancos britânicos.
No início de novembro, o
Reino Unido informou que estava disposto a vender cerca de
US$ 50 bilhões em participações no RBS e no Lloyds. O governo britânico tem hoje 84%
do RBS e 43% do Lloyds. Naquele mês, o governo britânico
falava em perdas da ordem de
US$ 16,2 bilhões com o socorro
aos bancos britânicos, que saiu
por um total de cerca de US$ 60
bilhões aos cofres públicos.
"Estamos analisando. Claro
que estamos estudando [negócios]", disse Malan, segundo o
jornal. "Mas não temos pressa.
Achamos que temos tempo."
Internacionalização
Segundo o jornal, Malan afirmou que o Itaú estuda também
a compra de participações em
instituições financeiras de outros países, incluindo os EUA.
O ex-ministro teria dito que os
planos de investimento no exterior serão reavaliados ao longo de 2010, ano ainda de incertezas na economia global e de
eleição presidencial no Brasil.
Com a valorização do real, os
bancos brasileiros têm analisado oportunidades de adquirir
participações em instituições
financeiras no exterior, que tiveram o preço de suas ações depreciado durante a crise.
Os bancos nacionais, porém,
não têm experiência na atuação
em mercados maduros, que
convivem com juros muito baixas e fazem operações de crédito, especialmente o imobiliário,
com margens reduzidas.
Com valor em Bolsa de R$
155,1 bilhões (US$ 87,1 bilhões),
o Itaú Unibanco é o décimo
maior banco do mundo em valor de mercado. O Itaú Unibanco é a instituição financeira
brasileira com maior presença
no exterior. Abriu a primeira
agência em Nova York ainda
em 1980. Em 1998, comprou o
argentino Banco Del Buen Ayre, passando a atuar no varejo
do país vizinho.
Com a compra das operações
do antigo BankBoston na América Latina em 2006, o Itaú passou a ter presença também no
varejo bancário do Uruguai e
do Chile. Pelo negócio, o Bank
of America, então dono do
BankBoston, passou a ter assento no conselho e participação minoritária no Itaú, que
hoje soma 5,36%.
À época da fusão com o Unibanco, em novembro de 2008,
o presidente do banco, Roberto
Setubal, disse que o próximo
passo da nova instituição era
ampliar sua presença internacional. No final deste ano, Setubal afirmou que a meta continuava de pé, mas que o banco
concentrava esforços na fusão.
Com agências internacionais
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