|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BEBIDAS
Ministro da Justiça deixa a cargo do presidente do conselho a decisão de suspender ou não o processo
Cade decidirá se pára análise da AmBev
da Sucursal de Brasília
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, disse ontem que deixará
a cargo do presidente do Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Gesner Oliveira,
a decisão de suspender temporariamente ou não o processo de
análise de fusão entre a Brahma e
a Antarctica, que cria a AmBev.
Dias recebeu, no dia 31 de janeiro, um ofício do delegado da Polícia Federal Luiz Carlos Zubcov,
no qual ele levanta a possibilidade
de o Ministério da Justiça suspender o andamento do processo no
Cade.
A possibilidade foi mencionada
pelo delegado porque há uma investigação na PF sobre suspeita de
influência sob os conselheiros do
Cade, órgão do Ministério da Justiça que vai julgar o processo de
fusão dentro de aproximadamente 60 dias.
O ofício será encaminhado a
Oliveira, que decidirá o que fazer,
disse Dias. Ele pediu ao presidente do Cade para avaliar a conveniência de continuar com o processo, ""de acordo com o seu bom
senso".
Lei
Segundo o ministro, não há impedimento legal para que o processo de fusão das duas maiores
cervejarias brasileiras continue
em andamento. Isto é, as investigações sobre um possível suborno para influenciar a decisão do
Cade não interferem nesse processo.
O inquérito foi aberto a partir
da denúncia do advogado dos
distribuidores da Antarctica, Airton Soares, à relatora do processo
da AmBev no Cade, Hebe Romano. Soares disse a ela que havia
suspeitas de tentativas de influenciar os conselheiros do Cade.
Dias descartou, no entanto, a alternativa de designar procuradores ou advogados da União para
concluir a análise sobre a AmBev.
Segundo o ministro, não é possível constituir um tribunal de exceção. ""O Cade é que tem a competência para julgar o caso", afirmou Dias.
Interesses
No começo da semana, Oliveira,
presidente do Cade, considerou
que as suspeitas levantadas fazem
parte de uma orquestração para
denegrir a imagem do órgão.
Essa orquestração estaria sendo
feita pelas empresas interessadas
em formar cartéis.
A Folha tentou falar com Oliveira, mas ele estava em João Pessoa,
participando de uma audiência
pública sobre o caso AmBev. Sua
assessoria de imprensa informou
que ele só retornaria a Brasília no
início da noite.
Pela manhã, a assessoria de imprensa do Cade havia negado a
existência de um pedido da Polícia Federal para suspender a análise do processo que cria a AmBev.
Texto Anterior: Preços têm alta de 0,8% na Argentina Próximo Texto: Bancos: Vetar a venda para estrangeiro aumenta dívida, diz Armínio Índice
|