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MERCADOS E SERVIÇOS
Mas quem continuar nos fundos da empresa montados com recursos do FGTS pode lucrar mais
Petrobras paga 41% para quem sair agora
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem utilizou o FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço) para comprar ações ordinárias da Petrobras na oferta feita
em agosto do ano passado pelo
governo pode aproveitar o término dos primeiros seis meses para
sair com 40,87% de lucro.
Mas o investidor que tiver mais
paciência para esperar o fim do
primeiro ano poderá ter um ganho maior.
Pelo fechamento do papel ON
da Petrobras de sexta-feira, o trabalhador que mantinha o dinheiro nos fundos de investimento tinha um lucro acumulado de
58,44%.
É que quando o governo federal
vendeu as ações ON -com direito a voto- da Petrobras para os
trabalhadores que quiseram usar
até 50% do FGTS no negócio deu
um desconto de 20% sobre o preço do papel: a ação, avaliada em
R$ 43,07, saiu por R$ 34,46.
Pelas regras, o cotista não poderia sair dos fundos criados para a
compra das ações nos primeiros
seis meses ou perderia os 20%.
Quem tirasse seus investimentos
entre o sexto mês e um ano pagaria uma taxa de resgate equivalente à metade do desconto (10%).
Somente quem mantivesse o investimento até o final de um ano
ficaria com o desconto total de
20%. Gilberto Poso, diretor de risco da Lloyds TSB Asset Management, diz acreditar que poucos
vão sair agora. "Se o investimento
tivesse sido decepcionante, seria
provável que houvesse resgates,
mas não é o caso."
O ganho com a aplicação não é
igual para todos os investidores.
Além das diferentes taxas de administração, os fundos são obrigados a ter cerca de 95% de seu
patrimônio em Petrobras ON, podendo aplicar o restante em títulos públicos de renda fixa.
Apesar de a queda da Bolsa de
Valores de São Paulo na última
semana poder assustar investidores que não estão acostumados
com as oscilações das aplicações
em renda variável, analistas dizem que isso não significa que o
mercado acionário vai iniciar um
movimento de baixa, engolindo
os ganhos acumulados.
Para Júlio Ziegelmann, diretor
de renda variável do BankBoston
Asset Management, é "normal
que o mercado se acalme um pouco depois da expressiva valorização" dos últimos dois meses.
O que deve pesar também na
decisão do trabalhador de sair do
investimento é o fato de ele não
poder resgatar os recursos para
utilizá-lo: o dinheiro vai voltar para a conta do FGTS.
Apenas nos casos previstos pela
legislação para liberação do FGTS
(aposentadoria, compra de casa
própria etc) o investidor pode ficar com os recursos.
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