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TRABALHO
Categorias com data-base no 2º semestre já têm perdas de 8,5%, diz central
Força pede dissídio de emergência
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Força Sindical vai fazer uma
campanha salarial de emergência
para recuperar as perdas dos salários de trabalhadores com data-base no segundo semestre.
A idéia é mobilizar cerca de 4,5
milhões de trabalhadores paulistas e pressionar a negociação com
setores patronais para conseguir
um dissídio emergencial. A direção nacional da Força tem reunião marcada amanhã para definir estratégias dessa campanha.
Estudo feito pela central mostra
que parte das categorias que receberam reajuste de 10,26% em novembro, por exemplo, já acumula
perdas de 8,5% nos salários, se
considerada a inflação medida
pelo INPC do IBGE. É o caso de
metalúrgicos e químicos.
"Confirmada a previsão de
3,63% de inflação [acumulada em
janeiro e fevereiro", quem teve
reajuste de 10% há quatro meses
vai receber o salário deste mês
com perdas de 10,03%", diz Paulo
Pereira da Silva, presidente da
Força. A Fequimfar (federação
dos químicos paulistas), ligada à
central, já orientou seus 33 sindicatos a procurarem as empresas
para discutir correções salariais.
Paulinho também vai propor a
antecipação das negociações salariais de categorias que têm data-base no primeiro semestre -caso
dos operários da construção civil
e dos motoristas de ônibus.
Definida a pauta emergencial, a
idéia é encaminhá-la à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
do São Paulo). "Se não houver negociação, podemos recorrer à Justiça do Trabalho. Sem acordo na
Justiça, podemos partir para a
greve", disse Paulinho.
O diretor do Departamento de
Integração Sindical da Fiesp, Pedro Evangelinos, acredita que é
muito difícil que o setor discuta
reajustes emergenciais. "Vários
segmentos registraram queda nas
vendas, na receita, no lucro e na
quantidade de horas trabalhadas.
Nesse cenário, não parece possível discutir reajuste." A inflação
registrada, disse ele, tem como
origem o aumento de tarifas, e
não repasses feitos pela indústria.
Para Drausio Rangel, negociador do Sindipeças (representante
do setor de autopeças), reajuste
emergencial significa gatilho salarial e mais inflação. "Corrigir salário fora da data-base pode aumentar ainda mais a inflação. Só
dá para discutir reajuste com
crescimento da economia. Além
do mais, a Força quer marcar sua
oposição ao governo, mostrando
que o governo Lula não vai tão
bem assim."
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