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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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TRABALHO

Categorias com data-base no 2º semestre já têm perdas de 8,5%, diz central

Força pede dissídio de emergência

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical vai fazer uma campanha salarial de emergência para recuperar as perdas dos salários de trabalhadores com data-base no segundo semestre.
A idéia é mobilizar cerca de 4,5 milhões de trabalhadores paulistas e pressionar a negociação com setores patronais para conseguir um dissídio emergencial. A direção nacional da Força tem reunião marcada amanhã para definir estratégias dessa campanha.
Estudo feito pela central mostra que parte das categorias que receberam reajuste de 10,26% em novembro, por exemplo, já acumula perdas de 8,5% nos salários, se considerada a inflação medida pelo INPC do IBGE. É o caso de metalúrgicos e químicos.
"Confirmada a previsão de 3,63% de inflação [acumulada em janeiro e fevereiro", quem teve reajuste de 10% há quatro meses vai receber o salário deste mês com perdas de 10,03%", diz Paulo Pereira da Silva, presidente da Força. A Fequimfar (federação dos químicos paulistas), ligada à central, já orientou seus 33 sindicatos a procurarem as empresas para discutir correções salariais.
Paulinho também vai propor a antecipação das negociações salariais de categorias que têm data-base no primeiro semestre -caso dos operários da construção civil e dos motoristas de ônibus.
Definida a pauta emergencial, a idéia é encaminhá-la à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado do São Paulo). "Se não houver negociação, podemos recorrer à Justiça do Trabalho. Sem acordo na Justiça, podemos partir para a greve", disse Paulinho.
O diretor do Departamento de Integração Sindical da Fiesp, Pedro Evangelinos, acredita que é muito difícil que o setor discuta reajustes emergenciais. "Vários segmentos registraram queda nas vendas, na receita, no lucro e na quantidade de horas trabalhadas. Nesse cenário, não parece possível discutir reajuste." A inflação registrada, disse ele, tem como origem o aumento de tarifas, e não repasses feitos pela indústria.
Para Drausio Rangel, negociador do Sindipeças (representante do setor de autopeças), reajuste emergencial significa gatilho salarial e mais inflação. "Corrigir salário fora da data-base pode aumentar ainda mais a inflação. Só dá para discutir reajuste com crescimento da economia. Além do mais, a Força quer marcar sua oposição ao governo, mostrando que o governo Lula não vai tão bem assim."


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