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BANCOS
Nossa Caixa prevê ampliar crédito a estatais paulistas
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de pagar R$ 2,1 bilhões pela folha de pagamento do Estado de São Paulo,
em 2007, a Nossa Caixa prepara mais uma investida no
setor público. Só que, desta
vez, os esforços serão dirigidos às empresas fornecedoras do governo e das estatais.
"Vamos intensificar as
ações comerciais junto aos
fornecedores do Estado e
prestadores de serviços que
já recebem pela Nossa Caixa", diz Milton Luiz de Melo
Santos, presidente da Nossa
Caixa. "A intenção é abrir linhas de capital de giro, empréstimos e adiantar os recebíveis do governo."
Com a iniciativa, o banco
espera aumentar sua carteira de crédito à pessoa jurídica, que no ano passado foi de
R$ 1,8 bilhão, em 58%. Ao
ano, o Estado movimenta,
por meio da Nossa Caixa, R$
80 bilhões. Desse total, R$
28,5 bilhões são provenientes da folha de pagamento.
"Visitei os presidentes de
DER, Dersa, CPTM e Metrô
e vou à Sabesp para estreitar
essas parcerias", diz. "A partir do momento em que o
banco sabe das prioridades e
dos projetos aprovados por
cada estatal, pode direcionar
melhor seus esforços."
Isso significa, diz Melo,
oferecer empréstimos com
taxas competitivas, pois a garantia de recebimento é alta.
Dos 300 mil clientes pessoas jurídica da Nossa Caixa,
cerca de 80% são ou já foram
fornecedores do Estado de
SP. Os pagamentos do governo só ocorrem por meio do
banco e é necessário manter
nele uma conta corporativa.
A Nossa Caixa também
pretende aumentar as linhas
de financiamento a importação e exportação. A meta é
dobrar a carteira de câmbio,
que no ano passado foi de
US$ 60 milhões.
"Criamos uma plataforma
para a pessoa jurídica", diz
Melo. "Nos últimos dois meses de 2007, nossa carteira
de crédito a empresas aumentou 13%."
O banco também espera
contratar, nas próximas semanas, cinco ou seis empresas que vendem crédito a
pessoas físicas. A perspectiva
é aumentar essa carteira, hoje de R$ 7 bilhões, em 50%.
Segundo Melo, o banco
tem conseguido melhorar o
retorno com a folha de pagamento do Estado. Hoje, os
600 mil correntistas rendem
à Nossa Caixa em média o
dobro do que há um ano.
Investidores e analistas,
no entanto, têm penalizado o
banco desde a aquisição. "A
expectativa era que a folha
viesse para o banco sem custo, o que não aconteceu",
afirma Maria Laura Pessoa,
analista da Fator Corretora.
Outro problema, diz ela, é
o fato de o Estado já ter manifestado a intenção de usar
R$ 1 bilhão em depósitos judiciais feitos no banco.
"Mesmo estando no Novo
Mercado [da Bovespa], há
riscos ao acionista minoritário de que o banco seja usado
com fins políticos", diz. "O
governo põe em cheque as
boas práticas de governança
corporativa e a Nossa Caixa
precisa conquistar de novo a
confiança do acionista."
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