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Trio de empresários começou ascensão na década de 80
MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO
Protagonistas da criação da
maior fabricante de cerveja do
mundo, os empresários Jorge
Paulo Lemann, Carlos Alberto
Sicupira e Marcel Telles são temidos, admirados e odiados no
ramo dos negócios.
Nos anos 80 e 90, eles personalizaram o estilo agressivo
que caracterizou a ascensão do
Banco Garantia, fundado por
Lemann em 1971 e que se tornou a principal instituição de
investimentos do país. A obsessão por resultados e um modelo de administração inovador
levaram o banco a ser descrito
pela revista norte-americana
"Forbes" como a versão brasileira do Goldman Sachs (EUA).
Nos anos 90, fundaram a GP
Investimentos (1993), inicialmente uma administradora de
"private equity" (fundos formados para comprar empresas
ou participações). Companhias
eram compradas, valorizadas e
vendidas a um preço maior.
Em alguns casos, como no da
rede de supermercados Sé, a
aquisição e a venda ocorreram
no mesmo ano (1997).
Mas a compra da Brahma,
em 1989, talvez tenha sido o caso mais emblemático. O então
presidente Karl Hubert Gregg
estava temeroso de uma possível vitória do então candidato
Luiz Inácio Lula da Silva nas
eleições presidenciais daquele
ano e vendeu para Lemann,
por US$ 60 milhões, uma empresa que tinha um faturamento de cerca de US$ 15 milhões
por ano. Após seis anos, ela faturava US$ 260 milhões.
Muito do espírito empreendedor se deveu a Lemann, 64.
Filho de suíços, nascido no Rio,
formou-se em economia em
Harvard e dedicou-se primeiro
ao tênis: foi campeão suíço e
chegou a disputar o Torneio de
Wimbledon e a Copa Davis.
Conhecido no exterior -foi
citado como o 514º colocado no
último ranking da "Forbes"
com todos os bilionários do
planeta, com cerca de US$ 1,1
bilhão-, sempre esteve atento
às novidades de Wall Street.
Em meados dos anos 70, Lemann introduziu no Brasil os
empréstimos sindicalizados
(em que instituições se associam para dar empréstimos).
Telles, 54, e Sicupira, 55, foram dois dos melhores discípulos de Lemann e assumiram
postos estratégicos: o primeiro
foi para a Brahma, e o segundo,
para a Lojas Americanas, a primeira aquisição de Lemann, no
início dos anos 80.
Mas nem sempre o sucesso
acompanhou o trio: na esteira
das crises asiática e russa, o Garantia perdeu mais de US$ 100
milhões em 1997 e foi vendido
ao Credit Suisse First Boston
por US$ 675 milhões em 1998.
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