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MERCADO FINANCEIRO
Moeda norte-americana acumula desvalorização de 2,4% em sete dias; empresas querem ação do BC
Dólar cai e exportador cobra intervenção
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
O dólar caiu ontem pelo sétimo
dia consecutivo e cravou a maior
seqüência de baixa em 11 meses.
Em sete dias, a moeda dos EUA
acumula desvalorização de
2,43%. Desde a sexta passada, a
divisa custa menos de R$ 2,90.
Ontem, a cotação recuou 0,14%,
fechando a R$ 2,888, menor valor
em cinco semanas.
Com o novo ciclo de baixa do
dólar, os exportadores já começam a cobrar uma intervenção do
Banco Central no mercado para
evitar uma queda exagerada. O
dólar baixo tende a reduzir os lucros do setor.
No início de fevereiro, o BC parou de promover leilões para a
compra de divisas, após a moeda
superar os R$ 2,90. As operações
eram feitas desde o dia 8 de janeiro com o objetivo de reforçar as
reservas cambiais.
"Estamos confiantes de que o
BC vai voltar a realizar leilões para
evitar um dólar perto de R$ 2,85.
Com o mercado interno fraco, a
saída ainda é exportar", disse o diretor da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José
Augusto de Castro.
O recuo do dólar nos últimos
dias refletiu uma correção dos
preços, após a alta no mês passado, quando eclodiu o caso Waldomiro Diniz.
Para o gerente da corretora
Moeda, José Carlos Benites, o BC
deverá esperar mais um pouco
para voltar a intervir no câmbio.
"O risco de uma CPI não está totalmente eliminado. O volume de
negócios ainda está abaixo do
normal", disse Benites.
No mercado de ações, a expectativa de votação do novo modelo
do setor elétrico hoje fez subir as
ações das companhias elétricas, o
que levou a Bovespa a avançar
0,48%. O papel da Eletrobrás subiu 9,4%, a maior alta do dia.
Estrangeiros
Ontem, a Bolsa divulgou que teve em fevereiro o segundo maior
ingresso de capital estrangeiro
desde o início do Real, em julho
de 1994. As compras de ações superaram as vendas em R$ 1,57 bilhão. No ano, o investimento estrangeiro já soma R$ 1,893 bilhão.
Os estrangeiros voltaram a
comprar ações brasileiras após o
Fed (o BC dos EUA) indicar a manutenção do juro em 1% por mais
tempo. Na prática, uma taxa menor nos EUA torna mais atraente
a aplicação em papéis de países
emergentes, como o Brasil, que
oferecem retornos maiores.
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