São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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Bovespa ignora mercado externo e avança 1,58%

Dados negativos dos EUA afetam Bolsas pelo mundo

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado brasileiro voltou a se descolar do cenário internacional e retomou a rota positiva interrompida na sexta-feira. Indiferente à queda das Bolsas nos EUA, na Europa e na Ásia, a Bovespa registrou valorização de 1,58% no pregão de ontem. O dólar caiu 1,12% diante do real, para ser vendido a R$ 1,672, rondando seus menores níveis desde maio de 99.
Depois de trabalhar em baixa na primeira hora de pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo entrou em terreno positivo e encerrou perto da máxima do dia, aos 64.490 pontos.
Os pregões lá fora foram prejudicados, mais uma vez, por dados econômicos norte-americanos pouco animadores, como a queda nos gastos com construção no país e a retração na atividade manufatureira.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, tentou se recuperar no fim do pregão e fechou com baixa de 0,06% -durante o dia, chegou a cair 0,86%. A Nasdaq perdeu 0,57%.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 4,49%. A Bolsa de Londres perdeu 1,12%, e a de Frankfurt, 0,86%.
Na Bovespa, as ações dos setores siderúrgico e bancário tiveram papel relevante no desempenho do mercado. A alta dos papéis da Eletrobrás -que subiram mais de 7% e lideraram os ganhos do Ibovespa- também foi destaque.
No setor siderúrgico, destaque para a ação preferencial "A" da Usiminas, que avançou 5,10%. Em seguida, veio o papel ON da Siderúrgica Nacional, que ganhou 2,96%. A ação PN da Gerdau, a terceira mais negociada no dia, subiu 1,88%.
Entre os bancos, as maiores altas ficaram com Nossa Caixa ON (5,55%), Bradesco PN (2,42%), Unibanco UNT (2,40%) e Itaú PN (1,78%).
No mercado, voltou-se a falar sobre a possibilidade de o Brasil ser elevado a "grau de investimento" por alguma agência de classificação de risco internacional. Essa expectativa tem favorecido o humor positivo e dado alento ao mercado doméstico.
"O Brasil tem sido especialmente beneficiado pelos seus fundamentos econômicos mais sólidos, que têm levado a uma expectativa maior da obtenção de "grau de investimento" pelo país", afirma Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK. "Embora haja espaço para realizações pontuais de lucros, acreditamos que, a qualquer sinal de melhora externa e elevação dos preços das commodities, o dólar volte a caminhar novamente em direção ao patamar de R$ 1,65", diz.


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