|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tata quer fazer o carro mais barato no Brasil
Ano passado, indiana disse que carro custaria US$ 2.500
DE GENEBRA
A negociação de uma parceria da indiana Tata com a Fiat
avança para a produção do carro mais barato do mundo no
Brasil. O presidente do maior
conglomerado da Índia, Ratan
Tata, afirmou que mantém o
interesse no Brasil também para investir no etanol.
"Atualmente nosso único negócio no Brasil é software, mas
gostaríamos muito de poder
montar carros e estamos em
discussões com a Fiat para trabalharmos juntos", disse Tata à
Folha em Genebra, onde inaugurou o estande da Tata no Salão do Automóvel.
A maior curiosidade era em
torno do Nano, o carro mais barato do mundo, que será lançado na Índia no dia 23 de março
depois de muita promessa e polêmica. A empresa chegou a desistir de uma fábrica por causa
de uma disputa de terra. Agora,
o que mais interessa é se a Tata
cumprirá a promessa feita no
ano passado, de vender o carro
a "1 lakh", ou 100 mil rúpias.
Na época o valor equivalia a
US$ 2.500, mas hoje é ainda
menos, devido à valorização da
moeda americana. Apesar disso, e do aumento no preço do
aço, executivos da empresa
afirmaram ontem que o preço
será mantido. Ratan Tata avalia
que o modelo ultrapopular seria "muito bem-recebido no
Brasil".
A Tata Motors investiu US$
350 milhões na fábrica onde os
veículos são produzidos desde
outubro de 2008. O projeto inicial da empresa era produzir
250 mil unidades por ano.
Os reluzentes Nanos estacionados ontem no espaço da Tata
em Genebra já são o que a empresa pretende comercializar
na Europa e têm mais recursos
que o modelo cru que será vendido na Índia.
O modelo tem os mesmos 3,1
m de comprimento, 1,5 m de
largura e 1,6 m de altura do original, mas com adaptações à
noção europeia de simplicidade, como vidros elétricos no lugar de manivelas. Ratan Tata
prevê a entrada do Nano no
mercado europeu em 2010 ou
2011, já com os requisitos de segurança e ambientais exigidos
na região.
Isso poderia elevar o preço,
especula-se no mercado, para
5.000 -mas, ainda assim, o Nano mantém o título de carro
mais barato do mundo.
Embora o mercado interno
indiano seja amplo e já haja demonstrações de grande demanda, a Tata deixa claro que,
depois da Europa, o objetivo é
espalhar o Nano pelo mundo.
O dono da empresa admite
que a Tata não escapou dos
efeitos da crise sobre a indústria automobilística e diz que
entende a intervenção de governos para salvar os setor, nos
EUA e na Europa.
Mas alerta: "Inevitavelmente, esses pacotes terão elementos de protecionismo, os quais
é preciso conter", disse.
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: IPI menor para carros continua Próximo Texto: Veículos: Fiat faz recall do Punto por falha no cinto traseiro Índice
|