São Paulo, quarta-feira, 04 de março de 2009

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Tata quer fazer o carro mais barato no Brasil

Ano passado, indiana disse que carro custaria US$ 2.500

DE GENEBRA

A negociação de uma parceria da indiana Tata com a Fiat avança para a produção do carro mais barato do mundo no Brasil. O presidente do maior conglomerado da Índia, Ratan Tata, afirmou que mantém o interesse no Brasil também para investir no etanol.
"Atualmente nosso único negócio no Brasil é software, mas gostaríamos muito de poder montar carros e estamos em discussões com a Fiat para trabalharmos juntos", disse Tata à Folha em Genebra, onde inaugurou o estande da Tata no Salão do Automóvel.
A maior curiosidade era em torno do Nano, o carro mais barato do mundo, que será lançado na Índia no dia 23 de março depois de muita promessa e polêmica. A empresa chegou a desistir de uma fábrica por causa de uma disputa de terra. Agora, o que mais interessa é se a Tata cumprirá a promessa feita no ano passado, de vender o carro a "1 lakh", ou 100 mil rúpias.
Na época o valor equivalia a US$ 2.500, mas hoje é ainda menos, devido à valorização da moeda americana. Apesar disso, e do aumento no preço do aço, executivos da empresa afirmaram ontem que o preço será mantido. Ratan Tata avalia que o modelo ultrapopular seria "muito bem-recebido no Brasil".
A Tata Motors investiu US$ 350 milhões na fábrica onde os veículos são produzidos desde outubro de 2008. O projeto inicial da empresa era produzir 250 mil unidades por ano.
Os reluzentes Nanos estacionados ontem no espaço da Tata em Genebra já são o que a empresa pretende comercializar na Europa e têm mais recursos que o modelo cru que será vendido na Índia.
O modelo tem os mesmos 3,1 m de comprimento, 1,5 m de largura e 1,6 m de altura do original, mas com adaptações à noção europeia de simplicidade, como vidros elétricos no lugar de manivelas. Ratan Tata prevê a entrada do Nano no mercado europeu em 2010 ou 2011, já com os requisitos de segurança e ambientais exigidos na região.
Isso poderia elevar o preço, especula-se no mercado, para 5.000 -mas, ainda assim, o Nano mantém o título de carro mais barato do mundo.
Embora o mercado interno indiano seja amplo e já haja demonstrações de grande demanda, a Tata deixa claro que, depois da Europa, o objetivo é espalhar o Nano pelo mundo.
O dono da empresa admite que a Tata não escapou dos efeitos da crise sobre a indústria automobilística e diz que entende a intervenção de governos para salvar os setor, nos EUA e na Europa.
Mas alerta: "Inevitavelmente, esses pacotes terão elementos de protecionismo, os quais é preciso conter", disse.


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