São Paulo, quarta-feira, 04 de março de 2009

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Ações da Vale ajudam a Bovespa a ter alta de 0,64%

Nos EUA e na Europa, dia foi de perdas;
dólar cai a R$ 2,41


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após iniciar as operações novamente em terreno negativo, a Bovespa conseguiu respirar com as ações da Vale, para encerrar o dia com alta de 0,64%.
O testemunho de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), na comissão de Orçamento do Senado, teve uma reação inicialmente ruim por parte do mercado financeiro. Enquanto a Bolsa de Nova York chegou a descer quase 1%, no início da tarde, a Bovespa cravou desvalorização de 1,4%, no que foi seu pior momento no dia.
Para a Bovespa, o que permitiu que se descolasse de Nova York foi a recuperação das ações da Vale, que, em meio à melhora nos preços das commodities, atraíram compradores. A ação preferencial "A" da Vale subiu 2,17%, e a ordinária teve alta de 1,92%.
O índice Dow Jones, uma das principais referências de Wall Street, encerrou com baixa de 0,55%. O S&P 500 caiu 0,64%, para 696 pontos -foi a primeira vez que o índice de ações desceu abaixo de 700 pontos desde outubro de 96.
Bernanke, em seu discurso, sinalizou que podem ser necessários ainda mais recursos para estabilizar o sistema financeiro, o que não foi bem recebido. O mercado apenas interrompeu sua piora após o presidente dos EUA, Barack Obama, declarar que os preços das ações estão hoje em níveis atraentes.
Na Europa, os investidores voltaram a castigar as ações de grandes companhias, especialmente no setor financeiro. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as ações européias de maior liquidez, recuou a seu menor nível desde que foi criado, em 1997, após cair 1,86%.
Dentre os dados econômicos negativos que têm sido conhecidos na região, ontem foi a vez de a Espanha informar que número de desempregados no país subiu em mais de 154 mil pessoas em fevereiro -o que levou o montante de desempregados ao mais alto patamar desde 1996. A Bolsa de Madri teve baixa de 0,70%.
Na Bolsa de Londres, que encerrou com queda de 3,14%, as ações das instituições financeiras se mantiveram como destaque negativo. Os papéis do Lloyds perderam 7,89%; para os do Barclays, a baixa ficou em 6,72%; e as ações do HSBC, cujo resultado trimestral decepcionou o mercado na segunda-feira, caíram 1%.
Na Bovespa, as ações dos bancos tiveram oscilações pequenas ontem. Para Banco do Brasil ON, o pregão foi de alta de 1,37%; Itaú PN caiu 0,47%; e Bradesco PN recuou 0,45%.
O setor que se destacou por aqui foi o de siderurgia e mineração. Além de Vale, as ações ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional atraíram os investidores e terminaram com ganhos de 4,84%; para Usiminas ON a alta ficou em 2,41%.
As altas dos metais no exterior favoreceram o segmento -o cobre, por exemplo, teve valorização de 6%.
A Bolsa de Valores de São Paulo não conseguiu ter um resultado melhor devido à baixa dos papéis da Petrobras, que responderam por 26% do total girado ontem. A ação PN da estatal caiu 0,87%, e a ON, 0,58%.
No mercado de câmbio brasileiro, os investidores descontaram parte da disparada do dólar de segunda-feira, quando a moeda saltou 3,04%. Ontem o dólar fechou com depreciação de 1,27%, cotado a R$ 2,411.
"Houve um certo exagero [na segunda] para a moeda ter subido tanto. Não havia justificativa para o dólar ter alcançado patamar tão elevado", afirma Mário Battistel, diretor de câmbio da Fair Corretora.
Mesmo com o recuo de ontem, o dólar se mantém com valorização de 3,30% no ano.


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