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Ações da Vale ajudam a Bovespa a ter alta de 0,64%
Nos EUA e na Europa, dia foi
de perdas;
dólar cai a R$ 2,41
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após iniciar as operações novamente em terreno negativo, a
Bovespa conseguiu respirar
com as ações da Vale, para encerrar o dia com alta de 0,64%.
O testemunho de Ben Bernanke, presidente do Fed (o
banco central dos EUA), na comissão de Orçamento do Senado, teve uma reação inicialmente ruim por parte do mercado financeiro. Enquanto a
Bolsa de Nova York chegou a
descer quase 1%, no início da
tarde, a Bovespa cravou desvalorização de 1,4%, no que foi
seu pior momento no dia.
Para a Bovespa, o que permitiu que se descolasse de Nova
York foi a recuperação das
ações da Vale, que, em meio à
melhora nos preços das commodities, atraíram compradores. A ação preferencial "A" da
Vale subiu 2,17%, e a ordinária
teve alta de 1,92%.
O índice Dow Jones, uma das
principais referências de Wall
Street, encerrou com baixa de
0,55%. O S&P 500 caiu 0,64%,
para 696 pontos -foi a primeira vez que o índice de ações desceu abaixo de 700 pontos desde
outubro de 96.
Bernanke, em seu discurso,
sinalizou que podem ser necessários ainda mais recursos para
estabilizar o sistema financeiro, o que não foi bem recebido.
O mercado apenas interrompeu sua piora após o presidente
dos EUA, Barack Obama, declarar que os preços das ações estão hoje em níveis atraentes.
Na Europa, os investidores
voltaram a castigar as ações de
grandes companhias, especialmente no setor financeiro. O
índice FTSEurofirst 300, que
reúne as ações européias de
maior liquidez, recuou a seu
menor nível desde que foi criado, em 1997, após cair 1,86%.
Dentre os dados econômicos
negativos que têm sido conhecidos na região, ontem foi a vez
de a Espanha informar que número de desempregados no
país subiu em mais de 154 mil
pessoas em fevereiro -o que levou o montante de desempregados ao mais alto patamar
desde 1996. A Bolsa de Madri
teve baixa de 0,70%.
Na Bolsa de Londres, que encerrou com queda de 3,14%, as
ações das instituições financeiras se mantiveram como destaque negativo. Os papéis do
Lloyds perderam 7,89%; para
os do Barclays, a baixa ficou em
6,72%; e as ações do HSBC, cujo
resultado trimestral decepcionou o mercado na segunda-feira, caíram 1%.
Na Bovespa, as ações dos
bancos tiveram oscilações pequenas ontem. Para Banco do
Brasil ON, o pregão foi de alta
de 1,37%; Itaú PN caiu 0,47%; e
Bradesco PN recuou 0,45%.
O setor que se destacou por
aqui foi o de siderurgia e mineração. Além de Vale, as ações
ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional atraíram os
investidores e terminaram com
ganhos de 4,84%; para Usiminas ON a alta ficou em 2,41%.
As altas dos metais no exterior favoreceram o segmento
-o cobre, por exemplo, teve valorização de 6%.
A Bolsa de Valores de São
Paulo não conseguiu ter um resultado melhor devido à baixa
dos papéis da Petrobras, que
responderam por 26% do total
girado ontem. A ação PN da estatal caiu 0,87%, e a ON, 0,58%.
No mercado de câmbio brasileiro, os investidores descontaram parte da disparada do dólar de segunda-feira, quando a
moeda saltou 3,04%. Ontem o
dólar fechou com depreciação
de 1,27%, cotado a R$ 2,411.
"Houve um certo exagero [na
segunda] para a moeda ter subido tanto. Não havia justificativa para o dólar ter alcançado
patamar tão elevado", afirma
Mário Battistel, diretor de câmbio da Fair Corretora.
Mesmo com o recuo de ontem, o dólar se mantém com valorização de 3,30% no ano.
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