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FGTS-Petrobras renderá mais, diz analista
Pequeno rendimento do fundo e preço baixo das ações da estatal em razão de incertezas sobre projeto do pré-sal são atrativos
Maioria dos investimentos
ganha em longo prazo dos
3% de rendimento do FGTS,
que perde ano após ano
para os índices de inflação
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Investir em Petrobras é um
negócio arriscado em curto
prazo, dada uma série de incertezas que ainda rondam a capitalização da estatal, além de dúvidas quanto ao modelo de partilha de petróleo, dificuldades
de exploração no pré-sal, ingerência política e desrespeito ao
acionista minoritário.
Por outro lado, é uma excelente oportunidade em longo
prazo por conta da posição privilegiada da estatal -virtualmente sem concorrência- na
exploração de uma das últimas
reservas de petróleo do mundo.
Para o acionista minoritário,
o investimento ganha um apelo
maior porque as ações foram
abatidas por essas incertezas e
pela crise global.
Nos últimos 365 dias, enquanto o Ibovespa avançou
85,49%, os papéis ON (com direito a voto) da Petrobras subiram apenas 32,72%. Ontem, as
ações ON subiram 0,33%.
Para finalizar, praticamente
qualquer investimento hoje é
melhor do que os 3% mais TR
do FGTS, que perde ano após
ano da inflação e do qual o investidor tem as mãos atadas para sacar e escolher a política de
investimento. No ano passado,
o fundo rendeu só 3,9%, o menor retorno da história, enquanto o IPCA subiu 4,31%.
Segundo analistas, mesmo
que a capitalização e a gestão da
estatal sejam um desastre, dificilmente a perda, em longo prazo, será maior que a "corrosão"
do FGTS.
Para Daniel Doll, analista da
corretora Socopa, as ações da
Petrobras hoje já refletem todas as críticas apontadas pelo
mercado. "Conforme os detalhes vão saindo, a tendência é
diminuir as incertezas e reduzir esse desconto. A Petrobras é
a maior interessada e já apontou que respeitará o interesse
dos minoritários", disse.
"O papel da Petrobras foi sofrendo desde que começaram
as discussões de capitalização.
Mas a Petrobras tem uma posição única para se beneficiar da
exploração do pré-sal. Para isso, é fundamental que seja capitalizada", disse Nelson Mattos,
analista do Bradesco BBI.
Para ele, não é certo que todos os investidores minoritários, especialmente os grandes
fundos de investimento,
"acompanhem" o aumento de
capital da Petrobras. Nesse caso, ele crê que o governo exercerá seu direito de preferência
para comprar as novas ações e
elevar sua participação. "Ainda
há muitas dúvidas sobre a capitalização, especialmente sobre
o valor do barril de petróleo."
Além do trabalhador, o uso
do FGTS também interessa aos
bancos, que deverão gerir os
fundos. Na visão do mercado,
só o governo perderá com a medida porque reduzirá os recursos disponíveis para financiar
projetos de cunho social.
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