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Carrefour vai eliminar sacolas plásticas
Produto será banido em até quatro anos de todas as lojas do grupo -que inclui as marcas Carrefour, Atacadão e Dia%
Objetivo é diminuir impacto ambiental do varejo; Pão de Açúcar e Walmart também investem para aumentar sustentabilidade do negócio
ANDRÉ PALHANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Grupo Carrefour banirá a
utilização de sacolas plásticas
em toda a sua rede de lojas no
Brasil nos próximos quatro
anos. O anúncio oficial da decisão, uma das mais expressivas
ações de sustentabilidade das
grandes redes varejistas no
país, será feito no próximo dia
15, na loja do Carrefour localizada em Piracicaba, interior de
São Paulo.
O evento contará com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Segundo o diretor de Sustentabilidade do Carrefour, Paulo
Pianez, a decisão vale tanto para as sacolas plásticas entregues ao consumidor quanto para os sacos plásticos utilizados
dentro das lojas (por exemplo,
para acondicionar frutas ou legumes). E envolve todas as
marcas do grupo (Carrefour,
Atacadão e Dia%).
"Depois de diversas ações para reduzir o uso das sacolas,
chegamos à conclusão de que
deveríamos ser mais definitivos nessa questão, adotando
uma das medidas mais radicais
que o varejo pode adotar, uma
vez que afeta diretamente os
hábitos do consumidor: o banimento definitivo do plástico",
antecipou Pianez à Folha.
"A utilização das sacolas
plásticas é um tema sobre o
qual nós, varejistas, somos
constantemente questionados
pela sociedade. E com razão,
dados os impactos da destinação inadequada desse produto.
Essa é uma contribuição importante", afirmou.
Para compensar possíveis
impactos negativos da medida
em relação aos consumidores,
que no caso brasileiro utilizam
de maneira intensiva as sacolas
plásticas, especialmente como
sacos de lixo, o Carrefour oferecerá opções para o transporte das compras, como sacolas
retornáveis vendidas a preço
de custo e caixas de papelão
usadas nas lojas, entre outras.
Em conjunto com a Basf, a
empresa também desenvolveu
uma sacola plástica com capacidade para até dez quilos feita
de material bioplástico 100%
degradável. Um produto que,
segundo o Carrefour, é totalmente absorvido pela natureza
em até 18 semanas (uma sacola
plástica comum leva até 300
anos para se decompor).
O diretor acrescenta que a
expectativa do Carrefour em
relação aos impactos da decisão sobre os consumidores é
positiva. "Nossa percepção é
que o consumidor já tem maturidade suficiente para entender que ele também tem um
papel a cumprir nesse sentido."
Nos últimos anos, o grupo
adotou o banimento dos plásticos em diversos países nos
quais opera, como França, Bélgica, Polônia e Espanha.
Para evitar que o consumidor sinta-se prejudicado ao não
poder contar com as sacolas
plásticas para acondicionar seu
lixo doméstico, a rede varejista
oferecerá ainda sacos de lixo
produzidos com plástico reciclado a um custo subsidiado,
além de promover fóruns e palestras com os consumidores
para esclarecer o impacto ambiental das sacolas plásticas
tradicionais.
Tendência
O banimento das sacolas
plásticas no Carrefour é mais
um capítulo na acirrada disputa entre as grandes varejistas
do país por ações de sustentabilidade, que ganharam fôlego
nos últimos anos. O Walmart,
por exemplo, vem apostando
no engajamento de sua cadeia
de fornecedores para criar produtos 100% sustentáveis.
Já o Pão de Açúcar, conhecido pelas ações de reciclagem
que promove, ampliou sua rede
de "lojas verdes" e também
adotou uma série de procedimentos socioambientais. "Essa
é uma disputa da cooperação.
Quanto mais ações semelhantes, melhor para a sociedade",
conclui o diretor do Instituto
Akatu, Hélio Mattar.
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