LUIZ MAKLOUF CARVALHO
O sindicalista Enilson Simões de

Moura, o Alemão, presidente da Social Democracia Sindical (SDS), conseguiu mais um ponto na disputa que trava com a Força Sindical e seu presidente, Luiz Antônio de Medeiros.
Desta vez, arrebatou-lhe o nome estrelado de José Ibrahim, 51, conhecido pela militância na resistência operária ao movimento militar de 1964, mais particularmente nas greves que sacudiram Osasco em 1968.
Ibrahim bateu o ponto na central de Alemão na última segunda-feira. Vai responder pela área internacional -a mesma que o ocupava- ganhando um salário pelo menos igual (R$ 3.600,00) ao que pagava o concorrente.
"Saí da Força Sindical porque ela virou um aparelho para a candidatura de Medeiros a deputado federal pelo PFL", disse Ibrahim.
A Folha tentou ouvir Medeiros, mas o retorno foi dado por João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário da organização. "Ele saiu porque estava desgastado e não nos interessava mais; o resto é conversa fiada", afirmou.
"O Zé Ibrahim é apenas o começo de uma grande debandada", disse Alemão. Os dois começaram a conversar em novembro do ano passado, quando Ibrahim já perdia espaço na Força Sindical. Ele e Medeiros tiveram algumas conversas difíceis, mas não se acertaram. Correndo por fora, Alemão faturou.
As duas centrais estão no chamado "campo conservador" e mantêm claro atrelamento com o governo. Ibrahim foi preso político em 1969, quando era militante da organização Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Banido do país -foi um dos 15 libertados em troca da vida do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, sequestrado a 4 de setembro de 69- passou dez anos no exílio (nesse período esteve no México, Cuba, Chile, Panamá e Bélgica).
Voltou com a anistia e foi um dos fundadores e dirigentes nacionais do Partido dos Trabalhadores, com quem rompeu em 1985. Entrou no PDT, e foi um dos fundadores da Força Sindical em 1991.



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