DE WASHINGTON

Dois capítulos do "World Economic Outlook" (Perspectiva Econômica Mundial) do Fundo Monetário Intenacional divulgados ontem contêm recados claros a economias como a do Brasil.
Afirmam que os países devem empreender desregulamentações trabalhistas e abandonar uma visão ""cínica" de que os desafios para o aprofundamento de reformas estruturais são muito grandes, e que, por isso, nunca terminarão.
O Fundo qualifica como ""esclerosadas" as leis trabalhistas de muitos países. No caso da Europa, diz que a forte regulamentação do mercado de trabalho é o inibidor do crescimento.
As análises responsabilizam ""as proteções aos empregados, os altos custos para demissões, os salários mínimos elevados e as distorções tributárias" como causas para o desemprego.
O Fundo sustenta que reformas bem-sucedidas no setor podem significar uma queda de até três pontos percentuais na taxa de desemprego de alguns países.
No caso de economias em desenvolvimento, a diminuição do desemprego poderia ser de até seis pontos percentuais se aliada a um aumento da competitividade.
O Fundo chega a apontar os sindicatos como responsáveis pelo desemprego, à medida em que lutam por direitos e salários maiores para seus membros, em detrimento do resto do mercado.
Especificamente para a América Latina, o Fundo recomenda uma nova rodada de redução nas tarifas de importação e uma liberalização maior do comércio.
O "Outlook" destaca ainda a importância das instituições dos países na consolidação de políticas macroeconômicas e no crescimento sustentável. Quanto mais avançadas as instituições, melhores as condições de crescimento do país, diz o Fundo.
Por instituição, o FMI entende serem os órgãos que definem ""as regras do jogo" para a sociedade, com o objetivo de ""reduzir as incertezas e promover a eficiência". Entre os exemplos citados figuram BCs independentes e regras claras para o mercado. (FCz)


Texto Anterior: Imposto de renda: Deduza dependente apenas uma vez
Próximo Texto: Setor de serviços norte-americano sofre contração
Índice