DA REDAÇÃO

Incertezas sobre a guerra no Iraque levaram o Banco Central Europeu a manter inalteradas as atuais taxas de juros para a zona do euro em 2,5% ao ano.
"Discutimos as potenciais implicações econômicas das operações militares", disse o presidente do BCE, Wim Duisenberg. "Na visão do conselho executivo, não é possível nesta conjuntura avaliar qual será o efeito [da guerra] na economia global e nos desenvolvimentos econômicos a médio prazo sobre a estabilidade dos preços na zona do euro."
A manutenção dos juros decepcionou o mercado, que esperava um corte nos juros para impulsionar o crescimento econômico. "Acho que a decisão ilustra bem o desacordo entre o mercado e o banco quanto aos juros", afirmou Lena Komileva, economista da Prebon Marshall Yamane.
A decisão, tomada em reunião em Roma, ecoa a posição do Fed (banco central dos EUA), que no mês passado também manteve os juros nos EUA, em 1,25% ao ano.
Na época, o Fed disse que não tinha como avaliar os riscos que pesavam sobre a economia até que fossem eliminadas as incertezas geopolíticas.
Dados recentes apontam que a economia da região está fragilizada. Pesquisa da agência britânica de notícias Reuters mostra que a atividade no setor de serviços na zona do euro teve, em março, a maior retração desde 2001.
Na Alemanha, a queda da atividade do setor de serviços foi a maior em seis anos e a taxa de desemprego para o mês de março foi a maior em seis anos.