São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Balança acende sinal amerelo, diz Iedi

Apesar de as exportações terem batido recorde em março, o resultado não deve ser encarado com tanto otimismo. Ao se analisarem os dados da balança do primeiro trimestre, constata-se uma supremacia da evolução das importações sobre as exportações.
De acordo com estudo do Iedi, nos primeiros três meses, as exportações cresceram 20,2% (16,4% se consideradas as médias de exportações por dia útil), enquanto as importações cresceram 24,1% (24,4% se consideradas as médias por dia útil). Nesta década, um comportamento como esse só foi visto em 2001.
O resultado reforça a estimativa do Iedi de que o saldo comercial em 2006 será de US$ 38 bilhões, inferior aos US$ 44,8 bilhões do ano passado.
O Iedi chama a atenção ainda para o fato de o primeiro trimestre também ter assistido a uma evolução das exportações de produtos básicos bem acima das das demais categorias.
As exportações de produtos básicos cresceram 35,2%, enquanto as de manufaturados, 16,5%, e as de semimanufaturados, só 6,6%. "Começam a surgir sinais de desindustrialização nas exportações", diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi.
A participação de produtos manufaturados no primeiro trimestre caiu para 56,6%, uma perda de 1,7 ponto percentual em relação aos 58,3% de 2005.
Dessa forma, também se observa um expressivo aumento da "commoditização" nas exportações. Ou seja, um aumento da dependência das vendas externas do país com relação a commodities agropecuárias, minerais ou industriais. Dos dez produtos que mais contribuíram para o aumento das exportações no primeiro trimestre, oito são commodities. As commodities passaram a representar 24,6% do total exportado, contra 17,2% em 2005. Responderam por nada menos do que 61,1% do aumento das exportações do país.

A VEZ DOS NAMORADOS
Respaldada pelos resultados de anos anteriores, a Duloren decidiu apostar no Dia dos Namorados e investir cerca de R$ 1,4 milhão para o lançamento de duas coleções para a data. A expectativa é a de uma expansão de 20% nas vendas, segundo Roni Argalji, presidente da companhia. "Costumávamos programar novos produtos para esse data, e sempre havia um acréscimo nas vendas. [Mas] resolvemos "entrar pesado" neste ano", diz Denise Areal, diretora de marketing da Duloren. Segundo ela, a data já supera o Dia das Mães nas vendas de calcinhas e sutiãs para a empresa. A aposta maior é na linha "Parfum", com microcápsulas de perfumes no tecido e investimento estimado em R$ 800 mil, segundo Areal. As fragâncias foram importadas da França, em compra facilitada pelo câmbio. Na mídia, a Duloren, que "defendeu" em outros anos que a mulher tivesse atitude, colocará agora campanha para resgatar a força do homem. "O homem está muito passivo. A idéia é que volte a ser o homem de antigamente", diz a diretora.

MISSÃO COMERCIAL
A próxima missão comercial do Ministério do Desenvolvimento, liderada por Luiz Fernando Furlan, terá como destino três países do Caricom (Comunidade e Mercado Comum do Caribe): Costa Rica, Guatemala e El Salvador, além do Panamá. A viagem, na última semana de maio, terá ainda o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), pois entre as maiores demandas informadas por esses países está a questão energética. Foram selecionados para essa missão setores como o da construção, o da agroindústria e o de alimentos e bebidas, entre outros.

OTIMISMO
Kyota Omori, CEO das Américas do Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, visitou na semana passada Márcio Cypriano, presidente do Bradesco e da Febraban. Estava interessado em saber sobre as recentes mudanças na equipe econômica. Cypriano fez um relato bastante positivo. Desde que os dois bancos constituíram parceria, há um ano, foram abertas 10 mil contas de brasileiros no Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ.

NOVO COMANDO
Devaney Baccarin assumiu a Genzyme do Brasil, multinacional biofarmacêutica que atua no país. A nomeação faz parte do processo de reestruturação da empresa, em curso desde 2005. Após expansão superior a 30% nos últimos cinco anos, ele quer elevar os investimentos em pesquisas e ampliar o acesso a tratamento de doenças raras no país.

ACORDO
A brasileira Big Five Consulting assina amanhã acordo com a empresa holandesa ITpreneurs para treinamentos no país.

COBRE PERDIDO
Os roubos de cobre a caminhões e fábricas atingiram valor recorde em 2005 (à esq.). As perdas subiram mais de 200% ante o ano anterior, em um total de 912 t do metal, o que significou um prejuízo de R$ 12 milhões. No exercício anterior, foram roubadas 289 t, o equivalente a R$ 4,5 milhões, segundo o Sindicel (sindicato da indústria de fios e condutores elétricos) e a ABC (Associação Brasileira do Cobre).

OLHO NO GOVERNO
Uma das líderes mundiais em soluções de gestão de desempenho corporativo, a americana Hyperion "elegeu" segmentos para crescer no país. Um dos focos da empresa de TI são as vendas para a esfera pública, que, atualmente, representam de 2% a 3% de seu faturamento. A projeção é que a participação possa chegar a 30%, com base no histórico de mercado no mundo, diz Cláudio Pedone, diretor para o Cone Sul, incluindo o Brasil. Outro ramo com potencial é o financeiro. A expansão das vendas, porém, passa pela necessidade de mudança de cultura nas empresas, para disseminar noções como planejamento e análise corporativa. Com esse objetivo, ela trará ao país seu programa mundial de parceria com universidades, que envolverá, por exemplo, capacitação e treinamento.


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