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COMBUSTÍVEIS
Alta de 17% no ano já se refletiu em menores vendas em março
Consumidor troca álcool por gasolina
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A escalada dos preços do álcool
continua. Na semana passada, o
produto subiu mais 0,25%, e o
consumidor optou por substituir
o combustível usado em seu veículo. A constatação é possível a
partir dos dados do Sindicom
(Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), que apontaram queda de 30% nas entregas de álcool
aos postos revendedores.
Segundo a pesquisa de preço da
ANP (Agência Nacional do Petróleo) divulgada ontem, o preço
médio nacional do litro do álcool
subiu de R$ 2,004 para R$ 2,009
na semana passada (de 26 de março a 1º de abril). Em janeiro, o preço médio do combustível era R$
1,717. De janeiro até a semana
passada, o álcool subiu 17%.
Para o vice-presidente do Sindicom, Alísio Vaz, até fevereiro o
consumidor ainda não havia reagido ao reajuste, o que só começou a acontecer em março, quando as vendas caíram 30% ante a
projeção das distribuidoras.
As distribuidoras associadas ao
Sindicom -que reúne as maiores
do setor com participação conjunta de mercado de 75%- estimavam vender 250 milhões de litros de álcool em março. A cifra é
pouco maior do que os 230 milhões comercializados em fevereiro, praticamente o mesmo volume vendido em janeiro.
As companhias deixaram de
vender 75 milhões de litros em
março por causa do aumento do
preço. "A queda é efeito do preço
mais alto", disse Vaz.
Até fevereiro, diz o executivo, os
donos de veículos bicombustíveis
ainda mantinham o consumo do
álcool no mesmo nível, apesar dos
aumentos de preço que já haviam
sido verificados. "Foi a primeira
vez que o consumidor deixou de
optar pelo álcool por causa do
preço", avalia Vaz.
Para o consumidor, é vantajoso
abastecer com álcool até quando
o produto custa de 60% a 70% do
valor da gasolina, dependendo do
modelo do veículo. Isso porque o
álcool tem um rendimento menor, ou seja, o carro roda menos
quilômetros por litro do que
quando utiliza a gasolina (no caso
dos veículos bicombustíveis).
Na semana passada, o preço do
álcool representava 77,8% do valor do litro da gasolina na média
nacional. Na média de janeiro, o
litro do álcool correspondia a 68%
do preço médio da gasolina -R$
2,496. Na esteira do reajuste do álcool, a gasolina (que conta com
25% de álcool em sua composição) subiu 3,4% de janeiro até o final de março, embora tenha registrado queda de 0,15% na semana
-o preço médio nacional cedeu
de R$ 2,585 para R$ 2,581.
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