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Bolsa devolve perdas e dólar vai a R$ 2,03
Bovespa sobe 1,5% e anula perda com turbulência; moeda dos EUA tem valor mais baixo em 6 anos e risco bate novo recorde
Balanço de estrangeiros na Bovespa sai do vermelho e termina o mês com
um resultado positivo de R$ 923,4 milhões
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As perdas desencadeadas pela queda da Bolsa de Xangai em
27 de fevereiro já foram superadas pelo mercado financeiro.
Ontem, a Bovespa subiu
1,51% e alcançou os 46.288
pontos -maior patamar registrado desde 22 de fevereiro.
O dólar não encontrou resistências para se aproximar um
pouco mais do piso de R$ 2.
Uma queda de 0,54% levou a
moeda a encerrar as operações
de ontem vendida a R$ 2,037,
seu mais baixo valor desde
março de 2001.
O risco-país brasileiro também conquistou uma nova
marca recorde, ao registrar no
fim do dia inéditos 164 pontos.
Com risco em baixa e a alta liquidez internacional, o governo brasileiro aproveitou ontem
para captar mais US$ 500 milhões no mercado externo, pagando a menor taxa desde 94.
O dia favorável foi sentido
nas principais praças financeiras do mundo. O resultado das
vendas de moradias usadas nos
EUA em fevereiro, que subiram
mais que o projetado, agradou
aos investidores. O indicador
imobiliário apontou elevação
de 0,7% no mês, segundo a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis.
O setor imobiliário americano está atualmente no centro
das preocupações do mercado
global, após os sustos provocados pelo setor de financiamento habitacional de segunda linha, que tem enfrentado problemas de solvência.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, conseguiu alcançar valorização de 1,03% ontem, fechando com 12.510 pontos -maior patamar desde o
pregão anterior à turbulência
chinesa. A Nasdaq subiu 1,16%.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores também subiram. O índice FTSEurofirst
300, formado pelas principais
ações européias, teve alta de
0,91%, indo ao nível mais alto
desde 27 de fevereiro.
Na Bolsa de Frankfurt, a valorização ficou em 1,56%. Em
Madri, houve alta de 1,51%. A
Bolsa de Londres subiu 0,80%.
Entre os latino-americanos,
a Bolsa mexicana subiu 0,61%.
Em Buenos Aires, o índice de
ações Merval ganhou 0,56%.
O fato de o mercado de petróleo ter tido um dia menos tenso, com o preço caindo (-1,97%
em NY, para US$ 64,64), ajudou as Bolsas. O petróleo recuou com a perspectiva de que
Reino Unido e Irã alcancem
uma solução diplomática para
o caso dos militares britânicos
capturados por iranianos.
Como o dólar foi ontem a seu
mais baixo valor em seis anos e
se aproximou ainda mais dos
R$ 2, o mercado voltou a especular sobre as chances de o
Banco Central mudar sua forma de atuar no câmbio para
evitar que o real siga em rápido
processo de apreciação.
"Dependendo das condições
de mercado, o dólar pode tranqüilamente ir em pouco tempo
abaixo dos R$ 2", diz Alexandre
Maia, economista-chefe da
GAP Asset Management.
Por enquanto, o BC tem
mantido sua política dos últimos meses, apenas comprando
dólares diretamente dos bancos -medida que tem, no máximo, evitado que o dólar caia
mais rapidamente.
Os negócios feitos na Bovespa pelos estrangeiros ilustram
bem a mudança de humor do
mercado em poucas semanas.
Após a queda de quase 9% da
Bolsa de Xangai no dia 27 de fevereiro, os investidores venderam boa parte de suas posições
em ativos de emergentes, por
temor de que as turbulências se
agravassem.
No dia 9 de março, a Bovespa
divulgou que o saldo mensal
das operações feitas com capital externo estava negativo em
R$ 796,4 milhões -ou seja, os
investidores mais venderam
que compraram ações no período. No fim do mês, o balanço
apresentou resultado positivo
de R$ 923,4 milhões.
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