São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Bolsa devolve perdas e dólar vai a R$ 2,03

Bovespa sobe 1,5% e anula perda com turbulência; moeda dos EUA tem valor mais baixo em 6 anos e risco bate novo recorde

Balanço de estrangeiros na Bovespa sai do vermelho e termina o mês com um resultado positivo de R$ 923,4 milhões


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As perdas desencadeadas pela queda da Bolsa de Xangai em 27 de fevereiro já foram superadas pelo mercado financeiro.
Ontem, a Bovespa subiu 1,51% e alcançou os 46.288 pontos -maior patamar registrado desde 22 de fevereiro.
O dólar não encontrou resistências para se aproximar um pouco mais do piso de R$ 2. Uma queda de 0,54% levou a moeda a encerrar as operações de ontem vendida a R$ 2,037, seu mais baixo valor desde março de 2001.
O risco-país brasileiro também conquistou uma nova marca recorde, ao registrar no fim do dia inéditos 164 pontos.
Com risco em baixa e a alta liquidez internacional, o governo brasileiro aproveitou ontem para captar mais US$ 500 milhões no mercado externo, pagando a menor taxa desde 94.
O dia favorável foi sentido nas principais praças financeiras do mundo. O resultado das vendas de moradias usadas nos EUA em fevereiro, que subiram mais que o projetado, agradou aos investidores. O indicador imobiliário apontou elevação de 0,7% no mês, segundo a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis.
O setor imobiliário americano está atualmente no centro das preocupações do mercado global, após os sustos provocados pelo setor de financiamento habitacional de segunda linha, que tem enfrentado problemas de solvência.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, conseguiu alcançar valorização de 1,03% ontem, fechando com 12.510 pontos -maior patamar desde o pregão anterior à turbulência chinesa. A Nasdaq subiu 1,16%.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores também subiram. O índice FTSEurofirst 300, formado pelas principais ações européias, teve alta de 0,91%, indo ao nível mais alto desde 27 de fevereiro.
Na Bolsa de Frankfurt, a valorização ficou em 1,56%. Em Madri, houve alta de 1,51%. A Bolsa de Londres subiu 0,80%.
Entre os latino-americanos, a Bolsa mexicana subiu 0,61%. Em Buenos Aires, o índice de ações Merval ganhou 0,56%.
O fato de o mercado de petróleo ter tido um dia menos tenso, com o preço caindo (-1,97% em NY, para US$ 64,64), ajudou as Bolsas. O petróleo recuou com a perspectiva de que Reino Unido e Irã alcancem uma solução diplomática para o caso dos militares britânicos capturados por iranianos.
Como o dólar foi ontem a seu mais baixo valor em seis anos e se aproximou ainda mais dos R$ 2, o mercado voltou a especular sobre as chances de o Banco Central mudar sua forma de atuar no câmbio para evitar que o real siga em rápido processo de apreciação.
"Dependendo das condições de mercado, o dólar pode tranqüilamente ir em pouco tempo abaixo dos R$ 2", diz Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management.
Por enquanto, o BC tem mantido sua política dos últimos meses, apenas comprando dólares diretamente dos bancos -medida que tem, no máximo, evitado que o dólar caia mais rapidamente.
Os negócios feitos na Bovespa pelos estrangeiros ilustram bem a mudança de humor do mercado em poucas semanas.
Após a queda de quase 9% da Bolsa de Xangai no dia 27 de fevereiro, os investidores venderam boa parte de suas posições em ativos de emergentes, por temor de que as turbulências se agravassem.
No dia 9 de março, a Bovespa divulgou que o saldo mensal das operações feitas com capital externo estava negativo em R$ 796,4 milhões -ou seja, os investidores mais venderam que compraram ações no período. No fim do mês, o balanço apresentou resultado positivo de R$ 923,4 milhões.


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