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Lula diz que país não deve encarar crise com otimismo exagerado
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO GRANDE
Em discurso ontem em Rio
Grande (322 km de Porto Alegre), o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse que a economia brasileira não foi contaminada pela crise norte-americana, mas afirmou que não deve
haver exagero nas avaliações.
"Não podemos ficar exagerando no otimismo. É preciso
que a gente tenha um olhar de
lupa a cada santo dia para não
permitir que a economia de um
país como o Brasil seja contaminada pela crise americana,
que envolve bancos americanos e bancos europeus, mas,
graças a Deus, não chegou aqui
no Brasil", disse o presidente
em discurso na Furg (Fundação Universidade Rio Grande).
Na última terça-feira, o presidente disse que a crise americana preocupa "todas as pessoas que têm juízo".
Ontem, Lula disse em seu
discurso que é preciso ter um
"controle constante" para evitar que a inflação volte no país.
"Temos que ter um controle
constante para não permitir
que a inflação volte neste país,
porque quando a inflação volta
todos perdem. Só ganham os
especuladores, e quem perde
muito são os trabalhadores assalariados deste país", disse.
A Folha publicou ontem que
o governo estuda ampliar o
corte no Orçamento deste ano
de R$ 20 bilhões para até R$ 30
bilhões diante da expectativa
de aumento da inflação por
parte do mercado financeiro e
de empresários.
A medida de contenção de
gastos teria o intuito de demonstrar ao mercado que o governo pretende agir com maior
prudência na área fiscal e que a
meta de superávit primário para este ano, de 3,8% do PIB
(Produto Interno Bruto), continua em pé.
A expectativa de aumento da
inflação causada pelo aquecimento do consumo interno e
pela crise internacional sinaliza também um possível aumento de juros pelo Banco
Central na próxima reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária), em abril.
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