São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Greve de auditores leva a férias no AM e filas no PR

Falta de componentes prejudica Zona Franca

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Pelo menos 7.000 trabalhadores de indústrias da Zona Franca de Manaus entraram em férias em razão da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas. A greve por tempo indeterminado começou em 18 de março.
No porto de Paranaguá (PR), a greve contribuiu para a formação de filas de dez quilômetros de caminhões. A federação de transportes já age para obter ressarcimento dos prejuízos.
No Amazonas, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, diz que podem ocorrer rescisões de contratos se a greve se estender.
"Os fiscais tiram nosso direito de trabalhar em vez de dar o prejuízo ao governo", disse Santana, que também preside a CUT (Central Única dos Trabalhadores) regional.
Santana afirma que quatro fábricas estão com linhas de produção paradas por falta de componentes. A Justiça concedeu quatro mandados de segurança para que mercadorias sejam desembaraçadas.
Segundo a Receita, nas alfândegas do porto e do aeroporto de Manaus US$ 23 milhões em insumos importados estão com desembaraço parado devido à paralisação. No Amazonas, há 175 auditores fiscais.
A categoria quer equiparação de salários com os delegados da Polícia Federal, que recebem R$ 18 mil mensais. Os auditores ganham, em média, R$ 13,3 mil. Antes da greve, a proposta do governo era de 17% de reajuste.

Paranaguá
A Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) orientou os caminhoneiros a guardar todas as notas fiscais de alimentação, estadia e combustível geradas pela demora em desembarcar mercadorias.
A entidade orientou as empresas a identificar os responsáveis pelos prejuízos e usar as notas em ações de reparação de danos. O porto enfrenta desde anteontem greve de trabalhadores autônomos, além do movimento dos auditores.
"Nossos caminhões servem para transporte, não para silo", disse Sérgio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar. Segundo a entidade, na madrugada a fila chegou a 25 km.
Desde o começo da greve dos auditores, a Justiça Federal de Paranaguá tem concedido em média cinco liminares por dia determinando a continuidade do despacho aduaneiro.


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