São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Governo reduz custo de Jirau e quer tarifa menor

Preço é R$ 3,9 bi menor que projeto Odebrecht-Furnas

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal reduziu em R$ 3,9 bilhões o valor do investimento que considera necessário para erguer a usina de Jirau, empreendimento do complexo hidrelétrico do rio Madeira, em Rondônia. A Odebrecht e a estatal Furnas haviam apresentado projeto ao governo dizendo que seria preciso investir R$ 12,59 bilhões para erguer a obra. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do governo, disse que o mesmo projeto pode ser feito por R$ 8,69 bilhões.
A principal conseqüência da medida não está só na redução do tamanho da operação financeira. O governo quer que o valor da tarifa de energia fique próximo ou inferior ao valor apresentado pela Odebrecht na concessão da usina Santo Antônio, também no rio Madeira, e que deu a vitória ao grupo. Naquele leilão, a Odebrecht venceu com tarifa de R$ 78,87.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, empresa que fez a revisão do projeto, o valor de partida para o leilão "será inferior" àquele definido para a usina Santo Antônio, de R$ 122 por megawatt-hora, apesar das condições menos favoráveis de geração e de construção de Jirau. O sucesso do primeiro leilão levou o governo a acreditar que poderá repetir o resultado anterior, que teve concorrência e como conseqüência redução do preço final da energia.
A EPE apresentou duas justificativas para ter promovido um corte de R$ 3,9 bilhões no projeto da Odebrecht. Segundo Tolmasquim, consultas a especialistas permitiram incorporar inovações ao projeto. O segundo fator será o pacote de incentivos tributários que ele receberá por ser um empreendimento construído na região amazônica e ser parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O corte no custo da obra foi maior do que a EPE havia promovido no projeto de Santo Antônio, de R$ 12 bilhões para R$ 9,5 bilhões -corte de R$ 2,5 bilhões.
Ao contrário do que esperava o governo, o TCU não analisou em sua sessão de quarta-feira os estudos da EPE sobre Jirau. O tribunal deverá fazer a análise na próxima semana. A mudança deve adiar o leilão, mas, segundo a EPE, a previsão é que ele ocorra em maio.


Colaborou HUMBERTO MEDINA, da Sucursal de Brasília


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