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MySpace cria serviço para música
Joint venture com três gravadoras vai permitir download pago e deve entrar no ar em quatro meses
Empresas ainda definem política de preços e avisam que não haverá limite para cópias; acordo é reação à venda menor de CDs e DVDs
CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
A News Corp., proprietária
da rede social MySpace, da Fox
e outros canais de comunicação, uniu-se às gravadoras Sony
BMG Music Entertainment,
Universal Music Group e Warner Music para criar a joint
venture MySpace Music.
O resultado da união, anunciada ontem durante uma teleconferência, será um serviço de
download pago e patrocinado
de músicas, vídeos e conteúdo
para celular. O site ainda não
está disponível. "Ele deverá entrar no ar somente daqui quatro meses, mais ou menos", diz
Émerson Calegaretti, presidente do MySpace Brasil.
Calegaretti contou que um
dos motivos de o serviço ainda
não ter sido lançado é que as
empresas ainda estão definindo sua política de preços, já que
as músicas não terão DRM (em
tradução livre, gerenciamento
de direitos digitais), uma tecnologia de proteção que limita
ou inibe o número de cópias e é
usada para garantir os direitos
autorais.
A empresa ainda não revelou
o valor dos conteúdos; o presidente-executivo da empresa,
Chris DeWolfe, disse apenas
que os preços serão bastante
acessíveis e que os formatos das
músicas e dos vídeos serão
compatíveis com iPod e outros
modelos de tocadores.
Entre os principais concorrentes da MySpace Music, estão o iTunes, loja virtual da Apple, e a loja de música da Amazon.com, que é linkada em perfis de músicos da rede social
Last.fm, especializada em música. Ambas ainda não estão
disponíveis para brasileiros.
Segundo o comunicado oficial, o site conterá também páginas com informações, fotos e
vídeos (como os perfis do Orkut) dos mais de 5 milhões de
artistas contratados pelas gravadoras.
Downloads e discos
A criação da joint venture é
uma reação das gravadoras à
queda na venda de CDs e DVDs
-segundo pesquisa do Digital
Entertainment Group, o ano
passado foi a primeira vez em
que a venda e o aluguel de
DVDs caiu nos EUA. O índice
foi de 3%. No Brasil, estudo da
ABPD (Associação Brasileira
dos Produtores de Discos)
apontou queda de 31,2% nas
vendas de CDs e DVDs.
Enquanto isso, o comércio de
música digital cresceu 40% e
movimentou cerca de US$ 2,9
bilhões no mundo, segundo relatório da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica). A entidade não disponibilizou os dados mundiais sobre a queda nas vendas de CDs
e DVDs.
O serviço também terá ferramentas para músicos independentes, segundo o comunicado
oficial. Calegaretti disse que
eles poderão vender músicas e
ingressos para seus shows
usando ferramentas gratuitas
do site.
Patrocínio
A empresa está testando nos
Estados Unidos o modelo de
conteúdo patrocinado, diz Calegaretti. "Há 15 dias, lançaram
um álbum exclusivo de uma
banda de punk, a Pennywise.
Para adquirir o álbum, era só se
tornar amigo de um perfil de
uma empresa de comunicação
[norte-americana Textandgo].
Acho que esse é o caminho que
as empresas vão seguir. Elas
vão se interessar em patrocinar
álbum de artistas lançados pela
internet."
No Brasil, a gravadora Trama
oferece desde o ano passado o
que ela chama de "download
remunerado": uma empresa
patrocina o site de um artista,
que ganha a cada vez que alguém baixa sua música no site.
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