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Com garantia, banco pequeno capta mais
Em três dias, instituições pequenas e médias fecham 60 operações garantidas pelo BC e obtêm R$ 210 mi
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bancos pequenos e médios conseguiram captar R$
210 milhões desde que começaram a vender títulos com garantias autorizadas pelo governo federal. Segundo dados da
Cetip, responsável pelo registro, foram fechadas 60 operações desde que o sistema começou a operar, na quarta-feira,
até o final da tarde de ontem.
A taxa de juros também caiu
em relação ao que essas instituições vinham pagando. Antes
da oferta com garantia, a melhor taxa que os pequenos e
médios bancos conseguiam
captar ficava 20% acima do
CDI, que é o custo do dinheiro
no mercado financeiro. Agora,
variou entre 10% e 15% acima
do CDI, de acordo com sondagens feitas pelo FGC (Fundo
Garantidor de Crédito), responsável pelas garantias.
"Outras medidas tiveram peso em momentos diferentes.
Mas considero que essa tenha
sido a mais significativa para
melhorar a liquidez desses bancos. Foi um movimento interessante para os primeiros
dias", diz Antonio Carlos Bueno, diretor-executivo do FGC.
O resultado vem sendo comemorado no governo, que
considera a retomada da oferta
de empréstimos por esses bancos como um efeito da crise internacional que ainda não foi
resolvido.
O BC (Banco Central) havia
liberado recursos dos depósitos
compulsórios -dinheiro que
fica retido pelo governo- para
aumentar o caixa dessas instituições. Também autorizou
grandes bancos a comprarem
carteiras de crédito dos pequenos e médios -o valor gasto
nessas compras pode ser descontado do total que os grandes
bancos recolhem ao BC. Mas
nada disso mudou a situação.
"Os investidores ainda estão
aprendendo a usar esse produto. Estão testando o preço que
os bancos estão oferecendo. Esse mercado estará bastante dinâmico em duas semanas e resolverá o problema de captação
dos bancos", diz Renato Oliva,
presidente da Associação Brasileira de Bancos, que representa as instituições menores.
Fundos de pensão, administradores de fundos de investimentos, de grandes fortunas e
até empresas em busca de uma
gerência mais agressiva do dinheiro de seus caixas são compradores típicos dos CDBs emitidos por instituições menores.
Esses bancos pagam juros
mais altos que os grandes e podem significar uma aplicação
com rendimento melhor.
Com a autorização do governo na semana passada, o FGC
também poderá garantir uma
espécie de CDB que seja emitida pelos bancos pequenos até o
limite de R$ 20 milhões por
cliente. Eles pagarão 1% sobre o
valor dos papéis emitidos e terão um teto de R$ 5 bilhões.
O FGC é um fundo privado,
formado com dinheiro dos próprios bancos, e que serve para
dar garantia aos depositantes.
Em caso de quebra de instituições financeiras, o FGC devolve aplicações de até R$ 60 mil a
cada correntista.
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