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Investidor do UBS é preso nos EUA
Milionário é acusado de evasão fiscal; ação é resultado de acordo do banco com autoridades americanas
Segundo a SEC, que equivale à CVM nos EUA, o banco manteve bilhões de dólares de clientes no exterior sem haver registro na agência
DA REDAÇÃO
Um cliente norte-americano
do banco suíço UBS foi preso
ontem pelas autoridades dos
Estados Unidos acusado de
evasão fiscal, na primeira ação
desse tipo desde que a instituição financeira chegou a um
acordo para divulgar uma lista
de milionários suspeitos de sonegação de impostos.
O cliente, Steven Michael
Rubinstein, que trabalha em
uma companhia internacional
que ajuda milionários a comprar, vender e fabricar iates, foi
preso na Flórida acusado de declaração falsa e fraudulenta do
Imposto de Renda.
De acordo com os documentos apresentados ontem pelas
autoridades, ele transferia dinheiro de uma conta "offshore"
no UBS para contas em outro
banco em Mônaco e em Nova
York. Essas transferências foram feitas por meio de uma entidade chamada de Hybridge
International Limited, que ele
abriu em 2001 nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.
Os promotores norte-americanos acusam Rubinstein de
omitir seus ativos na "offshore"
em sua declaração de Imposto
de Renda de 2007. Na conta no
UBS, ele, que tem passaportes
norte-americano e sul-africano, teria pelo menos US$ 6 milhões, incluindo ações e moedas de ouro avaliadas em US$ 2
milhões.
Ainda segundo a acusação,
Rubinstein se encontrou regularmente com executivos do
banco suíço em feiras de arte,
shoppings e restaurantes no
Estado da Flórida.
A prisão de Rubinstein é o
primeiro reflexo de um acordo
feito há dois meses pelo UBS
com as autoridades dos EUA.
Após ser acusada de ajudar milionários americanos a sonegar
impostos, a instituição financeira concordou em pagar US$
780 milhões de multa e entregar uma lista com centenas de
milionários suspeitos de fraude
-quebrando uma tradição histórica de segredo bancário das
instituições financeiras suíças.
A investigação do UBS veio à
tona em 2007, quando um ex-executivo da instituição Bradley Birkenfeld disse ao governo dos EUA que o banco afirmava a clientes americanos havia cinco anos que não era obrigado a revelar os nomes dos titulares das contas à Receita. De
lá para cá, vários clientes entregaram seus nomes à Justiça para evitar processos.
Segundo a SEC (a Comissão
de Valores Mobiliários dos
EUA), o UBS manteve bilhões
de dólares de clientes desde pelo menos 1999 em contas na
Suíça e em outros países (paraísos fiscais como Liechtenstein
e Panamá) sem estar registrado
na agência norte-americana.
Além da lista apresentada pelo banco suíço, as autoridades
dos Estados Unidos entraram
com processo na Justiça para
forçá-lo a revelar os nomes de
52 mil clientes americanos suspeitos de manter contas secretas para sonegar impostos.
Com o "New York Times"
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