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Sudameris é o maior banco estrangeiro
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
O Sudameris se tornou o maior
banco estrangeiro no país ao acertar, ontem à tarde, a compra do
América do Sul.
Os ativos do Sudameris fortalecido com a aquisição do América
do Sul somam 11,976 bilhões de
dólares, 300 milhões a mais do que
o HSBC Bamerindus, o segundo
no ranking dos estrangeiros.
O Sudameris também subiu
quatro degraus na lista dos maiores bancos privados nacionais e
estrangeiros em operação no Brasil. Agora, o banco italiano é o sétimo maior do país, à frente do Excel-Econômico e do Bozano Simonsen.
A compra foi acertada numa
reunião ontem à tarde entre os diretores dos dois bancos, na sede
do Sudameris, em São Paulo. Pelo
acordo, o banco italiano ficará
com 51% das ações com direito a
voto do América do Sul.
O valor do negócio não foi divulgado pelos dois bancos, mas a estimativa no mercado financeiro é de
que o Sudameris tenha desembolsado entre 100 e 150 milhões de
dólares.
O acordo prevê também que
funcionários do banco italiano
vão analisar as contas do América
do Sul por dois meses. Ao final do
período, o preço pode ser alterado
e o negócio pode ser até cancelado.
Controlado pelo fundo de pensão dos funcionários do banco,
com 28% das ações com direito a
voto, e pelo banco japonês Fuji,
com 16% dos papéis, o América do
Sul enfrenta dificuldades financeiras.
Em outubro do ano passado, fiscais do Banco Central vasculharam as contas do América do Sul e
descobriram um alto índice de
créditos podres. O América do Sul
admite que pelo menos 12% da sua
carteira de empréstimos, que soma 2,6 bilhões de dólares, estava
em atraso.
O banco ainda não publicou balanço com dados sobre o fechamento das atividades em dezembro de 1997. "O balanço vai mostrar que tivemos prejuízo no ano
passado", diz o presidente do
América do Sul,
O Sudameris vai checar se os
créditos em atraso se limitam ao
valor admitido pelo América do
Sul. No valor negociado para compra do banco já se leva em conta a
possibilidade de um rombo
maior, de até 300 milhões de dólares.
O principal problema do América do Sul é o calote aplicado por
clientes, principalmente empresas
de porte médio, de faturamento
anual entre 50 e 100 milhões de dólares.
Outro nó que o Sudameris terá
de desatar são os compromissos
assumidos com o fundo de pensão
dos funcionários, que pariticipa
do controle acionário do América
do Sul.
Estima-se que o fundo de pensão
terá de desembolsar entre 100 e
150 milhões de dólares para pagar
aposentadorias dos funcionários
do banco no futuro, sem ter o dinheiro suficiente para quitar o débito.
Colaborou João Carlos de Oliveira, editor do Painel S/A
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