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EUA
Pela primeira vez em dois anos, taxa sobe para 4,7%; Dow Jones bate os 9.000 pontos
Alta do desemprego faz Bolsa subir
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
A taxa de desemprego subiu 0,1
ponto percentual nos EUA em
março depois de atingir o recorde
de 4,6% em fevereiro. É a primeira
vez que essa taxa sobe em dois
anos e atinge a marca de 4,7%.
Esse número representa a perda
de 36 mil postos de trabalho no
mês de março, provocada basicamente por dispensas no setor de
construção civil. "Esse setor vinha contratando muito e foi um
dos principais responsáveis pelas
baixas taxas de desemprego. Agora, fez um ajuste", disse o analista
econômico Richard Segal, do banco Santander.
Esse aumento, no entanto, significa muito pouco nos EUA. "A taxa de desemprego continua muito
baixa", afirmou Segal.
De acordo com o representante
para a América Latina do Lehman
Brothers Inc., Carlos Guimarães,
mais importante do que o aumento do desemprego será o índice de
preços ao consumidor que será divulgado em duas semanas.
"Se esse índice vier alto, pode
significar um aumento da inflação
e também o aumento a curto prazo das taxas de juros. Para isso,
precisamos saber se o volume de
exportações de produtos asiáticos
que entraram nos EUA foi alto,
porque a demanda interna está
muito forte. Se foi baixo, pode ter
pressionado a inflação. Mas isso
tudo é a curto prazo. A médio prazo, a expectativa é apenas de juros
e inflação baixos", disse.
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York bateu ontem os 9.000
pontos, pela primeira vez na sua
história, pela manhã. Depois caiu
e fechou o dia em 8.983 pontos.
Segundo Segal, alguns analistas
já falavam ontem em superaquecimento, mas o estado geral era de
animação.
Há algum tempo, já vem-se falando que os altos índices vão provocar uma crise, mas, de acordo
com Segal, isso é encarado na Bolsa de Nova York como uma
"eventualidade de alguma dificuldade daqui a três anos".
Até agora, a posição dos investidores é de otimismo e até confiança baseada na história da Bolsa dos
últimos dez anos, que teve uma
média de crescimento de 15% ao
ano.
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