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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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RECEITUÁRIO ORTODOXO

"Reformas não foram completadas"

"Pai" do Consenso de Washington volta a recomendar reformas à AL

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Treze anos depois de estabelecer o chamado Consenso de Washington, o mesmo autor da expressão volta a recomendar mais reformas à América Latina, apesar das crises na região.
Desta vez, para reforçar seus argumentos, o economista britânico John Williamson, 65, do Instituto de Economia Internacional (IIE, em inglês), editou um livro com o novo receituário.
"Depois do Consenso de Washington - Retomando o Crescimento e as Reformas na América Latina" foi organizado por Williamson e por Pedro-Pablo Kuczynski, ex-ministro das Finanças do Peru (2001-02).
Entre seus colaboradores há ainda outros ex-ministros e ex-secretários do Tesouro de países da América Latina.
Os novos dogmas propostos foram resumidos em quatro pontos (ver quadro acima).
O livro sustenta as recomendações resumidas por Williamson em 1989 e afirma que os problemas da região decorrem do fato de que as reformas não foram completadas.
O termo Consenso de Washington (Washington Consensus) nasceu na preparação de uma conferência organizada pelo IIE, no final de 1989.
A expressão serviu para resumir uma série de medidas que os países ricos consideravam necessárias para o desenvolvimento das nações mais pobres.
Na ocasião, os EUA preparavam-se para lançar o Plano Brady, que refinanciaria a dívida externa de vários países latino-americanos. Como contrapartida à renegociação, o Congresso americano cobrava uma série de reformas dos países que seriam beneficiados. Coube a Williamson resumir o consenso que se formou a partir das discussões entre os principais organismos financeiros de Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).



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