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Balanços mostram demanda aquecida
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Balanços financeiros de empresas do setor privado apontam na
direção da aceleração nos negócios, no mercado interno, neste
início de ano. Cresceu o volume
de vendas dentro do país de companhias de setores que são termômetro da economia, como siderurgia e papel e papelão. Houve
até casos de queda nas exportações e conseqüente expansão na
demanda doméstica.
Companhia Siderúrgica Nacional, Votorantim Papel e Celulose
e Klabin confirmam expansão interna. Já a Suzano Papel e Celulose verificou retração na venda doméstica e externa.
Grande fornecedora de aço para
fabricantes de refrigeradores, carros e para a construção civil, a
CSN vendeu 897 mil toneladas do
produto para o mercado interno
de janeiro a março, um volume
15,5% superior ao do mesmo período de 2004. No caixa foi parar
R$ 1,9 bilhão como receita líquida
da venda no Brasil -mais de R$
700 milhões além do apurado no
ano passado.
A empresa relata, em seu balancete, que o recente reajuste de 4%
para os seus produtos, determinado em fevereiro pela CSN, não teve efeito considerável nessa receita do trimestre. O peso maior foi
mesmo o volume vendido.
Ao exterior, o volume embarcado pela CSN caiu de 362 mil toneladas para 300 mil -resultado de
problemas operacionais. A receita
subiu porque o grupo aumentou
o preço de certos itens de sua carteira de produtos. "Como a CSN
conseguiu preços melhores para
folhas metálicas, e dado o peso
desse produto na sua pauta de exportações, o preço médio no mercado externo foi ligeiramente superior ao do quarto trimestre de
2004", explica o grupo nas notas
explicativas do balanço de 2005.
De janeiro a março, o país consumiu 12,4% a mais de aços planos (utilizado em automóveis,
construção, móveis) sobre 2004.
Mas 3,9% menos de aços longos
(usado em aviões, armas, equipamentos), segundo informa balanço trimestral da CST (Companhia
Siderúrgica de Tubarão). Na média, o saldo é positivo.
Com um terço de sua venda
concentrado no mercado domésticos, a VCP teve uma expansão
de 10% no volume de celulose
vendida aos seus clientes no Brasil
em relação aos primeiros três meses de 2004, "mantendo a tendência de recuperação influenciada
pelo reaquecimento da economia
local". Houve uma queda, já esperada, de 11% sobre o último trimestre de 2004 -período de base
forte e, portanto, de comparação
comprometida.
No caso do papel, as vendas ao
mercado local aumentaram 1%
em volume no intervalo. A importância desse segmento está relacionado ao fato de o produto
(no caso, a celulose) ser usado na
produção de embalagens -ligado diretamente, portanto, ao nível
de consumo da população.
Foi o papel cuchê, usado pela
área de publicidade em ações promocionais e em anúncios publicitários, o que teve maior demanda
no período para a empresa -o
que demonstra aquecimento nesse setor. No exterior, a empresa
perdeu venda, em volume, em celulose e em papel nas taxas de 10%
e 13% respectivamente. Isso ocorreu, em parte, por conta de um
movimento de migração da venda externa para a interna.
Na Klabin, fornecedora de papéis e cartões (que vende 62% do
que produz para o Brasil), a venda
ao mercado interno passou de
180,1 mil toneladas de janeiro a
março de 2004 para 195,5 mil toneladas neste ano. Os clientes no
exterior compraram menos: o volume caiu de 160,3 mil toneladas
para 121,2 mil toneladas. A receita
líquida no período seguiu a mesma tendência.
"No caso de sacos industriais
[usados pela construção civil], as
vendas no mercado doméstico
atingiram 22 mil toneladas, com
destaque para o segmento de
construção, que cresceu 20% em
relação ao primeiro trimestre de
2004", informa o relatório de desempenho do grupo de 2005.
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