São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2005

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Balanços mostram demanda aquecida

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Balanços financeiros de empresas do setor privado apontam na direção da aceleração nos negócios, no mercado interno, neste início de ano. Cresceu o volume de vendas dentro do país de companhias de setores que são termômetro da economia, como siderurgia e papel e papelão. Houve até casos de queda nas exportações e conseqüente expansão na demanda doméstica.
Companhia Siderúrgica Nacional, Votorantim Papel e Celulose e Klabin confirmam expansão interna. Já a Suzano Papel e Celulose verificou retração na venda doméstica e externa.
Grande fornecedora de aço para fabricantes de refrigeradores, carros e para a construção civil, a CSN vendeu 897 mil toneladas do produto para o mercado interno de janeiro a março, um volume 15,5% superior ao do mesmo período de 2004. No caixa foi parar R$ 1,9 bilhão como receita líquida da venda no Brasil -mais de R$ 700 milhões além do apurado no ano passado.
A empresa relata, em seu balancete, que o recente reajuste de 4% para os seus produtos, determinado em fevereiro pela CSN, não teve efeito considerável nessa receita do trimestre. O peso maior foi mesmo o volume vendido.
Ao exterior, o volume embarcado pela CSN caiu de 362 mil toneladas para 300 mil -resultado de problemas operacionais. A receita subiu porque o grupo aumentou o preço de certos itens de sua carteira de produtos. "Como a CSN conseguiu preços melhores para folhas metálicas, e dado o peso desse produto na sua pauta de exportações, o preço médio no mercado externo foi ligeiramente superior ao do quarto trimestre de 2004", explica o grupo nas notas explicativas do balanço de 2005.
De janeiro a março, o país consumiu 12,4% a mais de aços planos (utilizado em automóveis, construção, móveis) sobre 2004. Mas 3,9% menos de aços longos (usado em aviões, armas, equipamentos), segundo informa balanço trimestral da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). Na média, o saldo é positivo.
Com um terço de sua venda concentrado no mercado domésticos, a VCP teve uma expansão de 10% no volume de celulose vendida aos seus clientes no Brasil em relação aos primeiros três meses de 2004, "mantendo a tendência de recuperação influenciada pelo reaquecimento da economia local". Houve uma queda, já esperada, de 11% sobre o último trimestre de 2004 -período de base forte e, portanto, de comparação comprometida.
No caso do papel, as vendas ao mercado local aumentaram 1% em volume no intervalo. A importância desse segmento está relacionado ao fato de o produto (no caso, a celulose) ser usado na produção de embalagens -ligado diretamente, portanto, ao nível de consumo da população.
Foi o papel cuchê, usado pela área de publicidade em ações promocionais e em anúncios publicitários, o que teve maior demanda no período para a empresa -o que demonstra aquecimento nesse setor. No exterior, a empresa perdeu venda, em volume, em celulose e em papel nas taxas de 10% e 13% respectivamente. Isso ocorreu, em parte, por conta de um movimento de migração da venda externa para a interna.
Na Klabin, fornecedora de papéis e cartões (que vende 62% do que produz para o Brasil), a venda ao mercado interno passou de 180,1 mil toneladas de janeiro a março de 2004 para 195,5 mil toneladas neste ano. Os clientes no exterior compraram menos: o volume caiu de 160,3 mil toneladas para 121,2 mil toneladas. A receita líquida no período seguiu a mesma tendência.
"No caso de sacos industriais [usados pela construção civil], as vendas no mercado doméstico atingiram 22 mil toneladas, com destaque para o segmento de construção, que cresceu 20% em relação ao primeiro trimestre de 2004", informa o relatório de desempenho do grupo de 2005.


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