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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Lula pode cortar investimentos na Bolívia
O governo brasileiro já decidiu que irá mesmo endurecer
com a Bolívia caso o presidente
Evo Morales decida pagar apenas o valor contábil entre US$
60 milhões e US$ 70 milhões
pelas duas refinarias da Petrobras que passarão a ser controladas pela YPFB (Yacimentos
Petrolíferos Fiscales Bolivianos). A Petrobras quer receber
de US$ 160 milhões a US$ 200
milhões pelas duas refinarias.
A Petrobras já recebeu o sinal
verde do Palácio do Planalto
para tomar medidas duras contra o governo de Morales. Além
de levar o caso para um tribunal
internacional de arbitragem, já
se discute a possibilidade, dentro do governo, de a Petrobras
suspender os investimentos na
Bolívia. Seria um tiro no pé de
Evo Morales.
O governo brasileiro chegou
à conclusão de que Morales já
estaria passando dos limites ao
oferecer o valor contábil pelas
duas refinarias e, por isso, teria
que responder à altura a mais
um ato contrário aos interesses
da Petrobras. Há duas semanas,
numa reunião de cúpula em
Caracas, Lula já tinha dado o
recado a Evo Morales de que
poderia endurecer nas negociações com o seu governo.
O fato é que o Brasil depende
do gás boliviano, mas a Bolívia
também precisa dos investimentos e dos impostos brasileiros. Os dois países têm cartas
na manga para negociar de
igual para igual e ambos sairiam perdendo num eventual
cenário de ruptura.
As refinarias foram adquiridas pela Petrobras da Bolívia
em 1999 em estado caótico, por
cerca de US$ 100 milhões. Localizadas em Cochabamba e
Santa Cruz, as duas refinarias
abastecem mais de 90% do
mercado interno de derivados
de petróleo.
O consultor Adriano Pires,
diretor do Centro Brasileiro de
Infra-Estrutura, disse que o governo não pode mesmo continuar sendo passivo na relação
com Evo Morales. "O que a Bolívia quer chama-se expropriação", diz.
Segundo ele, já foi muito
ruim o fato de a Petrobras ter
concordado em ser mera prestadora de serviços da Bolívia na
distribuição de gás. Também
foi ruim, depois de ter concordado com a mudança nas regras
do jogo, a Petrobras ter dito que
sua atuação continuava rentável. "Ao dizer isso, a Petrobras
acaba dando razão a Morales",
diz Pires.
O fato é que, no ano passado,
o balanço da Petrobras já acusou uma queda no lucro de 38%
nas suas atividades internacionais, principalmente em razão
da Bolívia. Se as duas refinarias
forem vendidas pelo valor contábil, a queda pode ser ainda
maior.
MOI NON PLUS
O chef Luiz Emanuel, do Allez, Allez!, se prepara para abrir um novo restaurante em São Paulo. Desta vez, inspirado pela música, Emanuel fez parceria com Edgar Scandurra, guitarrista da banda de rock Ira!. A dupla escolheu uma pequena casa no bairro da Vila Madalena para abrigar o Le Petit Trou. Batizada com o nome de uma das canções do músico francês Serge Gainsbourg, a casa terá um ambiente para homenageá-lo, onde se poderão ouvir as músicas de Gainsbourg e encontrar fotos de artistas da época. Também há uma estátua do cantor, compositor e cineasta francês. "É uma casa pequena, como o próprio nome diz. Prefiro. Até o investimento é menor", diz o chef. Segundo ele, o ponto para o novo negócio "apareceu". A cozinha, diferente do Allez, Allez!, terá foco no Noroeste da França, na Bretanha e na Normandia. "Será uma cozinha de raiz, rústica, típica desta região."
PILOTO
Três aviões agrícolas Ipanema, movidos a álcool, produzidos
pela Neiva, subsidiária integral da Embraer, serão entregues
hoje, na Agrishow Ribeirão Preto 2007. Trata-se de uma das
maiores entregas feitas ao mesmo tempo pela empresa. Líder
no setor de aviação agrícola, a perspectiva da Embraer com relação às entregas para este ano é a de que possam chegar às 30
unidades.
PRATO FURADO
A juíza federal substituta
da 21ª Vara, Raquel Soares
Chiarelli, intimou a Caixa
Econômica Federal a se manifestar, no prazo de 48 horas, sobre uma liminar impetrada contra a instituição
por conta do processo de licitação para contratação de
fornecedor de vale-refeição.
A juíza tomou a decisão
"diante da possibilidade de
infringência ao princípio do
julgamento objetivo e da
alegada discrepância entre o
valor do contrato e o patrimônio mínimo exigido das
licitantes". A Caixa não faz
exigência de comprovação
de solidez financeira compatível para quem vai receber mais de R$ 1 bilhão de dinheiro público. Três competidores pediram anulação da
licitação. A Caixa informou
que recebeu a notificação e
se manifestará no prazo previsto.
VIRTUAL
O site Licitações-e do
Banco do Brasil fez 12 mil licitações eletrônicas, de janeiro a abril. Foram negociados R$ 2 bilhões, volume
54% superior ao contratado
no mesmo período de 2006.
Estão habilitados para utilizar a ferramenta 1.400 entidades públicas e privadas e
88 mil fornecedores.
PRORROGADO
Está fazendo água a mais
disputada concorrência publicitária do país. A Petrobras suspendeu novamente
a licitação para a escolha das
três agências para cuidar de
sua conta. São 14 na disputa
e a verba em jogo é de R$ 250
milhões por ano. A Petrobras decidiu também prorrogar os contratos com as
agências Duda Mendonça,
F-Nazca e Quê Propaganda
até o dia 1º de agosto. A estatal alegou que tinha compromissos assumidos com o
Pan e a Fórmula 1 e por isso
foi obrigada a prorrogar os
contratos. O mercado publicitário não engoliu muito a
desculpa.
INCORPORAÇÃO
A Klabin Segall cria três
novas diretorias neste ano.
Paulo Pôrto, ex-Embratel e
Telemar, assume vendas e
marketing. Fernando Nascimento, ex-Rossi, dirigirá a
área de incorporação. E Flavio Staudohar, após três
anos na JonhsonDiversey,
irá para área de RH.
CABELO
A Unilever investiu R$ 19
milhões para o lançamento
da linha Clear, um cosmético contra caspa. Faz parte do
portifólio global da empresa.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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